Gansbaai: Mergulho em gaiola com tubarões e conservação marinha

4.80

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Como é a experiência?

Confesso que fiquei nervoso assim que chegamos na base da equipe em Gansbaai. No ar, um cheiro sutil de sal, como corda molhada e café, e todo mundo meio calado no começo. A equipe nos recebeu com café da manhã (mal toquei na minha torrada) e logo nosso guia, Pieter, começou a explicar como funciona o mergulho em gaiola. Ele já fazia isso há anos — dizia que reconhecia um tubarão-bronze pelo jeito que a barbatana cortava a água. Acreditei nele.

A viagem de barco durou uns 20 minutos, mas pareceu mais, talvez porque eu ficava olhando a água procurando barbatana (ainda nada). O vento queimava minhas bochechas e alguém atrás de mim começou a cantarolar nervoso. Quando ancoramos, colocaram a gaiola naquela água fria e verde e entregaram os wetsuits — o meu ficou meio apertado, mas, pra ser sincero, você para de ligar quando está no convés vendo as primeiras sombras deslizando. Minhas mãos tremiam na hora de entrar. Debaixo d’água, os tubarões parecem diferentes — mais ágeis, quase calmos — e o Pieter ficava batendo nas grades pra mostrar qual espécie estava perto. Ele sorria toda vez que alguém dava um grito pelo snorkel.

Entre as vezes na gaiola, ficávamos no convés com canecas de chá, tentando avistar arraias ou peixe-lua nas laterais. O sol apareceu por um instante e tudo ficou prateado. Um dos tripulantes me mostrou como registram cada avistamento para a pesquisa — gostei mais disso do que esperava. Parecia que estávamos ajudando de verdade, não só olhando tubarões por diversão.

De volta à terra, já tinha almoço esperando (um frango apimentado que parecia estranho, mas estava gostoso) e todo mundo se juntou pra assistir aos vídeos das mergulhadas. A máscara de uma pessoa embaçou tanto que ela perdeu metade do tubarão, e isso nos fez rir. Ainda penso naquele momento debaixo d’água — o coração batendo forte contra as grades de aço — e sim, faria tudo de novo se pudesse.