Rio Daintree: Passeio de Barco Solar para Ver Crocodilos e Vida Selvagem

4.89

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Como é a experiência?

A primeira coisa que me chamou atenção foi o silêncio e a tranquilidade do lugar. Sem barulho de motor, só o rio deslizando sob o barco e o som suave dos manguezais ao redor. Nosso guia, David (que cresceu por aqui — dava pra ver no jeito que ele apontava cada curva e cada passarinho), nos levou com calma para o Solar Whisper. É uma sensação estranha, navegar sem cheiro de combustível ou aquele ronco do motor; até minha sobrinha, que fala o tempo todo, ficou quietinha por um instante, só ouvindo os sons estranhos dos sapos e observando qualquer movimento entre os juncos.

Confesso que achei que não veríamos nenhum crocodilo — você sabe como é — mas aí o David apontou discretamente para um tronco e sussurrou: “Ali.” E lá estava um crocodilo de água salgada tomando sol. A “Croc Cam” deu um zoom tão grande que conseguimos ver até o piscar da pálpebra dele. Meu sobrinho tentou falar Julaymba (nome tradicional do rio) e errou todo; o David riu e contou que os filhos dele também falavam ao contrário. O ar tinha um cheiro de verde, se é que isso faz sentido — como terra molhada e folhas depois da chuva.

Navegamos devagar por entre raízes entrelaçadas onde pequenos caranguejos corriam, e garças caminhavam pelas sombras. É impressionante como você percebe muito mais quando não tem barulho de motor — até o vento parecia mais suave. Em um momento, só me encostei e fiquei vendo a luz mudar na água enquanto o David explicava como evitam a erosão das margens ao não fazer ondas. Eu nem imaginava que isso fosse me interessar, mas agora faz toda a diferença.