Tasmânia: Tour de 5 Dias pela Costa Selvagem, Cradle Mountain e Bay of Fires

4.83

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Como é a experiência?

“Essa árvore é mais velha que o seu país,” brincou nosso guia Mark enquanto olhávamos para os troncos gigantes no Mount Field. A floresta estava úmida e vibrante — com cheiro de terra molhada depois da chuva. Eu não parava de passar os dedos na casca só para sentir sua textura áspera e verdadeira. Tínhamos saído de Hobart há poucas horas, mas já parecia um mundo completamente diferente. As quedas d’água de Russell eram mais barulhentas do que eu esperava — um som constante que você sente no peito. Confesso que não imaginava me importar tanto com árvores.

As cidades da costa oeste pareciam saídas de um filme antigo — especialmente Strahan, com seus cais desgastados e aquele cheiro salgado no ar. Na Ocean Beach, Mark apontou para o horizonte infinito: “O próximo destino é a América do Sul.” Tentei imaginar essa distância, mas só senti o vento e o sal nos lábios. Uma noite fomos assistir ‘The Ship That Never Was’ — uma peça local sobre prisioneiros fugindo da Sarah Island. Metade da plateia foi chamada para o palco (eu escapei). Todo mundo riu dos sotaques de pirata mal feitos.

Cradle Mountain tinha um clima totalmente diferente — ar fresco, céu azul intenso sobre o Dove Lake. Minhas pernas estavam bambas depois da trilha até Marion’s Lookout, mas não conseguia parar de sorrir com a vista. Vimos um wombat comendo perto do Ronny Creek; todo mundo ficou parado, menos um cara que tentou sussurrar “olá” para o bicho (que nem deu bola). Em Launceston, Cataract Gorge estava cheia de melros e famílias nadando, mesmo sem muito calor. Perdi a noção do tempo vendo a luz do sol dançar na água sob aquela ponte suspensa.

As praias da costa leste quase não pareciam reais — Bay of Fires com aquelas pedras laranja contrastando com a água turquesa. Alguns se arriscaram a nadar; eu só deixei os pés afundarem na areia fria e comi batatas fritas de um saco de papel enquanto as gaivotas me observavam. Freycinet foi nossa última grande parada — a Wineglass Bay vista de cima é incrível, cheia de curvas e cores que não dá para capturar direito em foto. Chegamos cedo e parecia que a baía era só nossa por um tempo. No caminho de volta para Hobart, todo mundo ficou mais quieto — acho que ainda estávamos lá, nas trilhas e praias, na cabeça.