Fernando de Noronha: Passeio de Canoa Havaiana e Avistamento de Golfinhos

4.93

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Como é a experiência?

Quase perdi o início porque não achava onde guardar minhas chinelas (descobri depois que tem um cantinho na Praia do Porto só para isso — devia ter perguntado antes). Nosso guia do Noronha Paddle Club já estava rindo com alguém sobre marcas de protetor solar quando cheguei. A canoa parecia mais pesada do que eu imaginava, mas assim que empurramos, parecia que estávamos deslizando sobre vidro. Tem um cheiro salgado no ar que só se sente aqui, misturado com algo doce — talvez das árvores baixas que ficam na beira.

Remamos além do Air France e do Rugido do Leão — nunca tinha percebido quantas histórias esses lugares guardam até o guia começar a apontar os pontos antigos. Às vezes ele mudava para o português no meio da frase e voltava para o inglês, o que me fez sorrir, parecia que ele estava me contando um segredo local. Na Praia do Cachorro, a água ficou de um azul-esverdeado inacreditável. Todo mundo ficou em silêncio por um tempo, só se ouvia risada distante de outro barco. E então alguém viu nadadeiras — não perto, mas o suficiente para todo mundo ficar alerta. Golfinhos são rápidos; quase deixei o remo cair tentando ver melhor.

A parada para nadar foi, na real, minha parte favorita. A água estava fresca, mas nada gelada, e tem aquele momento em que você mergulha e tudo fica silencioso, só ouvindo suas próprias bolhas. Tentei agradecer o Li (nosso guia) quando ele me devolveu o colete — acho que falei errado porque ele só sorriu e balançou a cabeça. Na volta, passando pela Praia do Meio e Conceição, o sol já estava mais forte e dava para sentir cheiro de protetor solar até misturado com o cheiro das algas. Meus braços estavam cansados, mas daquele jeito bom que faz você sentir que realmente fez algo de verdade.