Jericoacoara Litoral Leste: Passeio 4x4, Lagoa do Paraíso e Dunas

4.81

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Como é a experiência?

Entramos na caçamba do 4x4 logo na saída de Jericoacoara, com a areia já grudando nos meus tornozelos. Nosso motorista, Paulo, acenou e sorriu — disse que a primeira parada seria na “Árvore da Preguiça”. Só entendi quando chegamos lá, diante daquela árvore torta que parecia ter desistido de lutar contra o vento. Um vendedor próximo tirava cocos de uma caixa térmica; peguei um e tentei agradecer em português (não foi meu melhor momento). A brisa salgada e quente era perfeita para ficar parado, só olhando para aquela árvore deitada.

A estrada até a Praia do Preá foi cheia de solavancos — parecia que meus dentes iam bater um no outro —, mas logo a paisagem abriu para um céu azul e kitesurfistas cortando a água em zigue-zague. Paulo apontou algumas lagoas brilhando atrás das dunas. Não paramos muito no Preá, mas o lugar tinha uma paz incrível, com poucas pessoas, só umas crianças brincando com um cachorro que não parava de correr para o mar. O sol estava forte, mas não castigava; só esqueci de passar protetor nos joelhos (arrependimento na certa).

Depois fomos para a Praia do Lagun — o “Blue Hole”, como Paulo chamou. É um lugar relativamente novo e ainda meio selvagem nas bordas. A água é tão transparente que dava para ver os dedos dos pés mexendo lá embaixo (os meus pareciam até pálidos demais). Tiramos fotos em cima de uns montes de areia que pareciam até cenários de filme. Aí vieram as famosas dunas de Jeri — montanhas de areia que engolem seus pés a cada passo. Tentei correr por uma delas e quase caí; Paulo riu tanto que teve que sentar para recuperar o fôlego.

Lagoa do Paraíso é onde todo mundo entra no modo relax total. Tem redes penduradas bem na água rasa — você só se joga e deixa as pernas boiando enquanto peixinhos nadam entre os dedos. O lugar não é luxuoso, mas tem um charme todo especial: decks de madeira, conversas baixinhas dos outros viajantes, alguém tocando forró no celular ali perto. Pedi um peixe grelhado com farofa no almoço (com um sabor defumado e crocante), e perdi completamente a noção do tempo. Até hoje, quando lembro dos dias de passeio pelo litoral leste de Jericoacoara, aquela rede balançando devagar vem na minha mente — parece que meu cérebro também quer tirar uma soneca.