Lunenburg & Blue Rocks: Tour em Grupo Pequeno com Histórias Locais

4.87

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Como é a experiência?

“Se você prestar atenção, vai ouvir as gaivotas antes de vê-las,” disse nosso guia ao sairmos do cais de Lunenburg. Ele tinha aquela voz que faz você querer se aproximar, mesmo quando só apontava a tinta vermelha descascada de um galpão de barco. A manhã estava fresca e salgada — eu pegava vários cheiros de algas misturados com café vindo de algum lugar perto. Éramos só seis no van, o que parecia perfeito para um lugar assim. Passamos pelas ruas da UNESCO enquanto o guia contava sobre os dias de pesca do avô dele (ele jura que às vezes ainda sente cheiro de bacalhau nas mãos).

A viagem até Blue Rocks foi mais rápida do que eu imaginava, mas tudo bem — assim tivemos mais tempo para admirar. As casas ficavam menores e o céu, maior. Em certo ponto, paramos num cais desgastado onde dois homens desfaziam armadilhas de lagosta; eles nos cumprimentaram com um aceno, mas continuaram o trabalho. Nosso guia acenou e gritou algo naquele jeito típico da Nova Escócia — meio cumprimento, meio brincadeira — e eles riram. Dá para sentir como ele realmente pertence àquele lugar. As pedras são essas lajes azuladas que parecem macias até você tocar (eu toquei, não são). O silêncio domina a água, só quebrado de vez em quando pelo barulho de um motor de barco ou alguém gritando do outro lado da enseada.

Tentei tirar uma foto de Stonehurst, mas, sinceramente, nunca sai igual ao que os olhos veem. Tem uma luz meio desbotada nas cabanas e barcos antigos que não aparece nas fotos — acho que tem que estar lá, sentir o cheiro do sal e ouvir alguém contar qual família construiu qual casa primeiro. Nosso guia conhecia cada curva da estrada (“Não pisque ou vai perder a casa do meu primo”), então parecia menos um passeio e mais um convite para conhecer o lugar com quem realmente mora ali. Ainda fico pensando naquela vista de volta para Lunenburg, com todos aqueles barquinhos balançando — fica guardada na memória.