Santiago: Degustação e Tour na Vinícola Concha y Toro com Traslados

4.85

(1052 avaliações)

Como é a experiência?

O que mais me surpreendeu na Concha y Toro foi o cheiro — meio terroso, como chuva caindo sobre pedras antigas. Nossa guia, Valentina, chamou a gente debaixo de umas árvores enormes no Parque Don Melchor e começou a contar as histórias da família que fundou o lugar. Ela apontou para uma janela onde Don Melchor costumava observar os trabalhadores da vinha (não sei por que esse detalhe ficou na minha cabeça). A casa parecia saída de um filme antigo, mas tinha passarinhos por todo lado e um cachorro dormindo na escada. Parecia um lugar vivo, não só decorado para turista.

A parte do Casillero del Diablo foi mais divertida do que eu esperava — eles realmente desligam as luzes e deixam você parado numa sala fria e subterrânea enquanto a Valentina conta a lenda do diabo que protege os vinhos. Alguém teve o celular tocando bem na hora que ela falou “el diablo”, e todo mundo riu (ela só revirou os olhos e continuou). O ar lá embaixo era gelado e tinha um leve cheiro de barris de carvalho. Tentei ouvir ecos, mas só escutava o som dos meus sapatos na pedra. Depois disso, passeamos pelo jardim das variedades — fileiras de parreiras com plaquinhas para cada tipo de uva. Tentei falar “Carménère” direito; Li riu quando tentei em mandarim — acho que estraguei a pronúncia.

O melhor momento foi no Mirador, com um taça de Syrah Marquis de Casa Concha na mão, olhando o Vale de Pirque. O sol apareceu na medida certa para esquentar o rosto, sem incomodar os olhos. Trouxeram uma tábua de queijos que combinou perfeitamente com os vinhos (até hoje penso naquele queijo azul). Provamos seis vinhos diferentes — quatro clássicos e dois das linhas Blue e Gold — e a Valentina explicou o que fazia cada um especial, sem parecer que estava decorando texto. Ela até confessou que prefere tintos na maior parte do tempo.

Quando saímos, com as taças de lembrança nas mãos, senti que realmente aprendi sobre vinhos chilenos sem me sentir perdido ou entediado. A volta foi tranquila; todo mundo meio perdido nos próprios pensamentos ou sonolento depois de tanto vinho. Fico lembrando do frio das adegas depois de sair pra luz do sol — engraçado como algumas sensações ficam na memória mais que outras.