Monteverde: Caminhada Noturna na Floresta com Avistamento de Animais

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Como é a experiência?

Não esperava que meu cadarço se soltasse bem na hora em que deixamos a estrada principal rumo ao Refúgio de Vida Silvestre. Lá estava eu, mexendo na grama úmida, enquanto o resto do grupo já conferia as lanternas com nosso guia, José. Ele sorriu e disse: “Sem pressa, os bichos não vão fugir.” Gostei disso. O ar tinha cheiro de folhas molhadas e algo doce, talvez gengibre silvestre? Estava mais escuro do que imaginei, parecia que alguém tinha jogado um cobertor pesado sobre toda a floresta.

José nos guiou por trilhas estreitas, falando baixo para não assustar os animais. Apontou um tucano dormindo, encolhido como uma vírgula de penas em um galho — nunca tinha visto um assim, parado. A luz da minha lanterna iluminou um sapo de olhos vermelhos agarrado a uma folha; sua pele parecia tão fina que quase brilhava. Alguém atrás cochichou que viu um tatu, mas eu só ouvi barulhos e depois silêncio. A noite parecia viva, mas também estranhamente calma — nada assustadora.

Paramos quando José avistou uma preguiça-de-dois-dedos lá no alto, quase escondida entre as folhas. Ele nos deixou usar seu equipamento óptico para olhar de perto (eu quase deixei cair tentando focar — ele só riu). O melhor momento? Quando ele pediu para apagarmos todas as luzes. Por uns trinta segundos, ficou tudo escuro, só com pequenos brilhos de fungos bioluminescentes em troncos caídos. Meu coração bateu forte — não de medo, mas de... admiração? Ainda lembro daquele silêncio às vezes.