Rainmaker Park: Passeio Noturno na Selva com Jantar e Guia

4.86

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Como é a experiência?

Esqueci minha lanterna no carro — clássico. Já estava mexendo no celular quando nosso guia, Diego, me entregou uma lanterna de verdade e sorriu: “Fica tranquilo, você vai precisar das duas mãos para os sapos.” O ar no Rainmaker Park depois do anoitecer parece mais denso, como se as árvores segurassem a respiração. Tem um cheiro de terra que gruda na roupa, e cada passo na trilha molhada parece mais alto do que deveria. Eu ficava esperando algo pular na nossa frente, mas na maior parte do tempo era só o Diego apontando silenciosamente para coisas que eu jamais notaria sozinho — olhos verdes minúsculos refletindo nas folhas ou um fio de teia de aranha brilhando na luz.

Não esperava chegar tão perto de um sapo arlequim — eles são famosos aqui, quase desapareceram antes. O Diego se agachou e pediu que a gente fizesse o mesmo. Minhas pernas ficaram enlameadas, mas nem liguei porque lá estava ele: azul e laranja, imóvel como uma pedra. Alguém espirrou atrás de mim (provavelmente nervoso), e todos rimos baixinho para não assustar o sapo. Também vimos morcegos voando rápido lá em cima, além daqueles lagartos estranhos que o Diego chamou de “lagartos de Jesus Cristo” porque conseguem correr sobre a água — ele mostrou jogando uma pedrinha no riacho e esperando um deles atravessar correndo. Não consegui filmar, mas isso só deixou tudo mais mágico.

O jantar no rancho depois de toda aquela escuridão parecia meio surreal — mesas ao ar livre, comida quentinha (arroz com feijão nunca teve gosto tão bom), todo mundo trocando histórias sobre o que viu ou achou que viu. Teve até um momento em que alguém tentou agradecer o guia em espanhol, mas trocou “gracias” por “gracioso”, que significa engraçado — o Diego riu e deixou passar. Até hoje penso no silêncio da volta para o carro, andando sob aquelas árvores gigantes, só com o som dos insetos ao longe. Acho que nunca mais vou ver caminhadas noturnas do mesmo jeito.