Dendera e Abydos: Passeio Privativo de Um Dia saindo de Luxor com Almoço

4.63

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Como é a experiência?

Quase perdemos a van porque eu tinha esquecido meu chapéu no quarto do hotel — típico de mim. Nosso guia, Mahmoud, só sorriu e falou: “Sem pressa, hora egípcia!”, o que me deixou mais tranquilo. A viagem para o norte, de Luxor até Abydos, é mais longa do que eu imaginava (duas horas mais ou menos), mas a paisagem muda muito — palmeiras secas, crianças acenando na beira da estrada, aquela névoa baixa do Nilo. O carro estava fresquinho por dentro, mas dava para sentir o cheiro da terra seca toda vez que parávamos para um chá. Tentei falar “Abydos” direito; Mahmoud corrigiu com jeitinho (mas ainda não acertei).

O templo de Abydos tem uma vibe diferente dos grandes pontos turísticos de Luxor. É mais tranquilo — quase com eco — e a pintura nas paredes é impressionante, parece que alguém acabou de pintar semana passada. Mahmoud mostrou o cartucho de Seti I e explicou como Osíris era adorado ali. Tem uma sala onde a luz do sol entra e você vê vários deuses alinhados em azul e dourado — deu até arrepio. Andamos devagar, sem multidões nos apressando, só o som dos nossos passos no chão de pedra e as histórias do Mahmoud sobre os faraós que acreditavam que aquele lugar era a porta para a eternidade.

Depois do almoço num restaurante local (frango assado no carvão, pão quentinho que quase queima os dedos), seguimos para o templo de Dendera. As colunas lá são enormes — cada centímetro esculpido ou pintado com o rosto sorridente de Hathor. Lembro de tocar numa coluna; a pedra estava fresca mesmo com o calor da tarde. Tinha passarinhos fazendo ninho lá no alto, perto das vigas do teto. Alguém começou a cantar baixinho em árabe — o som ecoou ao redor até o Mahmoud entrar na cantoria, rindo de si mesmo.

Na volta para Luxor, o carro ficou silencioso, só com uma música pop egípcia antiga no rádio e a galera cochilando de vez em quando. Até hoje, fico pensando naquela explosão de cores em Abydos — principalmente o azul — e como foi estranho estar num lugar tão antigo e, ao mesmo tempo, tão vivo.