Deserto Preto e Branco: Safari de 2 Noites com Acampamento na Bahariya

4.97

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Como é a experiência?

Jamais vou esquecer a primeira vez que vi o Deserto Preto — parecia que alguém tinha espalhado açúcar queimado sobre sorvete de baunilha. Acabávamos de sair do Oásis Bahariya naquele velho 4x4 barulhento (que eu até curti), e nosso guia beduíno, Mahmoud, sorriu ao ver meu olhar de surpresa. O almoço foi simples, mas perfeito — pão sírio ainda quentinho e um tempero de ervas que eu não consegui identificar. O ar tinha um sabor meio doce e empoeirado, não sei explicar. Tentei servir o chá como o Mahmoud, mas quase me queimei. Ele só riu e me entregou uma cola.

A viagem até o Vale Agabat ficou mais silenciosa conforme sacolejávamos; só dava para ouvir o barulho dos pneus na areia e alguém cantarolando baixinho lá atrás. No pôr do sol, as pedras brilhavam em tons de dourado e rosa — juro que parecia coisa de filme. Acampar naquela noite foi uma mistura de estranho e tranquilo. O colchão era fino, mas o saco de dormir esquentava bem, e eu fiquei acordado ouvindo o vento balançar a barraca. Na manhã seguinte, depois do café da manhã (ovos feitos na fogueira), fomos para as dunas praticar sandboard. Caí logo na primeira descida — areia para todo lado — mas foi muito divertido. Mahmoud nos ensinou a identificar pegadas de animais na areia; ele achou um besouro minúsculo e falou o nome em árabe (que eu já esqueci).

Mais tarde, paramos numa fonte mágica com água tão gelada que meus dentes até doeram — um refresco perfeito depois de tanto sol. O antigo Deserto Branco parecia um sonho: aquelas formações de calcário realmente parecem cogumelos ou camelos se você olhar de perto. O jantar sob aquele céu estrelado foi melhor que qualquer restaurante que já fui; talvez seja o cansaço feliz ou algo especial no Egito mesmo. De qualquer forma, às vezes ainda penso naquele céu quando não consigo dormir.