Pirâmides de Gizé, Esfinge e Saqqara: Passeio de um dia no Cairo com Transfer

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Como é a experiência?

A primeira coisa que senti ao sair da van perto de Saqqara foi aquele vento seco e meio arenoso que entra em tudo — no cabelo, na boca, até no sapato. Nosso guia, Hossam, me entregou uma garrafinha de água e sorriu como quem já viu de tudo (provavelmente viu mesmo). Ele começou a contar sobre a Pirâmide de Degraus do rei Djoser enquanto um cachorro vira-lata passava atrás dele. Tentei imaginar como era esse lugar há milhares de anos — confesso que é difícil quando tem um cara vendendo refrigerante bem do lado de uma tumba. Mas quando entramos em uma das pirâmides menores, o ar mudou — ficou mais fresco, quase carregado de segredos antigos. Os entalhes nas paredes eram tão nítidos que dava para ver as marcas do cinzel até hoje.

Depois fomos para Mênfis. Hoje são só ruínas espalhadas, mas ficar embaixo da enorme estátua de Ramsés II me fez sentir pequeno de um jeito difícil de explicar. Uns meninos locais corriam entre as colunas enquanto o pai tentava fazer eles posarem para fotos. Hossam brincou que Ramsés ficaria horrorizado com aquela bagunça toda. Rimos e seguimos andando entre estátuas quebradas e palmeiras até a hora do almoço. A comida era simples — frango grelhado, pão com aquele sabor defumado do forno e legumes em conserva que fizeram minha boca se apertar.

Depois do almoço (que paguei no cartão — pelo visto dinheiro não rola para ingressos por aqui), seguimos para as Pirâmides de Gizé. A paisagem surge de repente — as três pirâmides alinhadas contra um céu meio desbotado. Tinha camelo por todo lado; um deles ficava tentando morder as alças da minha mochila enquanto eu mexia na câmera. Hossam contou histórias sobre Quéops e Quéfren que pareciam metade história, metade fofoca passada de geração em geração. A palavra-chave aqui é “passeio de um dia Pirâmides de Gizé” — mas, pra ser sincero, parecia mais um mergulho no tempo do que qualquer outra coisa.

A Esfinge era menor do que eu imaginava, mas o rosto dela tinha uma calma estranha, mesmo cercada por turistas acenando com seus pauzinhos de selfie. No Templo do Vale ali perto, passei a mão nas pedras lisas — tão polidas depois de milhares de anos — e pensei em quantas mãos já fizeram o mesmo antes de mim. Terminamos com um tempo livre para passear ou fazer umas comprinhas (não comprei nada, mas tentei pechinchar só por diversão; acho que perdi). De qualquer forma, ainda lembro daquela vista atrás da Esfinge — só areia, céu e silêncio por um instante antes da vida real voltar.