Abu Dhabi: Mesquita, Qasr Al Watan e Etihad Towers em um Dia

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Como é a experiência?

Confesso que quase perdi o ponto de encontro porque confundi os alarmes do celular (culpa do jet lag). Nosso guia Khalid só sorriu quando entrei no van, pedindo desculpas em três línguas. Ele me entregou uma garrafa de água gelada e disse para não me preocupar — pelo jeito, isso acontece bastante nesses passeios de um dia a Abu Dhabi saindo de Dubai. A viagem começou tranquila, a luz do deserto passando pelas janelas. Um casal atrás de nós conversava baixinho em francês sobre o código de vestimenta da mesquita; Khalid explicou que as mulheres recebem abayas e lenços na entrada. Eu já tinha lido sobre isso, mas ouvir direto dele deixou tudo mais real.

Chegar na Mesquita Sheikh Zayed foi... bom, fiquei piscando várias vezes porque o mármore branco parecia brilhar contra o céu. Tinha um cheiro leve de incenso perto da entrada (ou talvez fosse só minha imaginação), e dava para ouvir o som das sandálias no chão de pedra. Lá dentro, Khalid apontava detalhes minúsculos — mosaicos florais no piso, colunas com pontas douradas — mas, pra ser sincero, fiquei encantado mesmo foi com os lustres. Em um momento, ele brincou dizendo quantas vezes tentou (e falhou) contar todos os cristais. Saímos devagar porque ninguém queria deixar aquele silêncio gostoso para trás.

O almoço no Al Khayma Heritage Restaurant foi como apertar o botão de pausa — ar-condicionado e um arroz temperado que eu nunca tinha provado antes. Alguém na mesa tentou pedir em árabe; o garçom riu de leve e ajudou. Depois, fomos rapidinho para as Etihad Towers para curtir a vista famosa da cidade (só o passeio no elevador já vale). Lá de cima, Abu Dhabi parecia irreal — brilhante, cheia de vidro, mas também com uma paz no ar. Talvez fosse eu precisando de uma soneca depois do almoço.

A última parada foi o Palácio Qasr Al Watan. Não tem visita guiada por dentro (regras são regras), então Khalid fez uma rápida explicação do lado de fora antes da gente entrar por conta própria. Os tetos eram incríveis — cheios de azul e dourado — mas o que ficou comigo foi o silêncio, mesmo com turistas ao redor. No caminho de volta para Dubai, alguém pediu para parar para um café; Khalid só sorriu e disse “na próxima vez”. Ainda penso naquele momento na mesquita quando o barulho lá em casa fica demais.