New Orleans: Passeio de Carruagem no French Quarter com Histórias Locais

4.86

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Como é a experiência?

Achava que sabia o que esperar de um passeio de carruagem pelo French Quarter, mas a primeira coisa que me marcou foi o ritmo calmo e constante dos cascos batendo nas pedras antigas. Nossa guia — Yvonne, com aquele sotaque suave de New Orleans — acenou para um vizinho e apontou para uma sacada cheia de ferro trabalhado. Ela contou como alguns desses prédios resistiram a incêndios e furacões, e juro que dava para sentir o cheiro dos séculos no ar, misturado com o aroma dos beignets vindo de algum lugar perto dali. As orelhas da mula se mexiam toda vez que alguém ria na calçada.

Passamos pela Catedral de St. Louis bem na hora em que os sinos começaram a tocar — confesso que me assustei um pouco. Yvonne sorriu e contou sobre casamentos que ela já viu se espalharem pela Jackson Square, com todo mundo vestido a rigor mesmo no calor pegando fogo. Ela ia soltando pitadas de história entre piadas sobre a mula dela (que se chama Daisy e parece conhecer todos os atalhos). Paramos perto do French Market e ela nos incentivou a provar pralines depois — “mas não compre na primeira barraca que ver,” sussurrou como se fosse uma missão secreta.

A parte que mais gostei foi quando entramos numa daquelas ruas mais tranquilas perto da Royal. O ar parecia mais denso ali, como se as histórias ficassem suspensas entre os antigos pátios espanhóis e as janelas desgastadas. Yvonne falou sobre famílias crioulas e cafés onde músicos de jazz tocavam antes mesmo do nome jazz existir. Tentei imaginar tudo aquilo — mais difícil do que parece com turistas tirando selfies por perto, mas ainda assim. Tem algo em ver New Orleans desse jeito que fica na pele. Eu não esperava por isso.