Zion: Passeio de Jeep pelo East Rim com Checkerboard Mesa e Jolley Gulch

4.92

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Como é a experiência?

Entrei no jeep ainda tirando agulhas de pinheiro da jaqueta, sem saber muito o que esperar desse passeio pelo East Rim. Nosso guia, Tyler — que cresceu perto de Zion — jogou garrafinhas de água pra gente e sorriu como se soubesse algo que a gente não sabia. O motor roncava enquanto balançávamos pela floresta, com o sol brincando entre os altos ponderosas. O ar tinha um cheiro forte e puro — quase como pedra fria depois da chuva. Tentei tirar foto pela janela, mas desisti; pra ver a Checkerboard Mesa pela primeira vez, tem que estar lá. As linhas na rocha são tão perfeitas e estranhas, parece que alguém desenhou com uma régua gigante.

Tyler parou e apontou onde o pai dele costumava levá-lo pra fazer trilha quando era criança. Ele contou que os locais chamam o lugar de “checkerboard” por causa dessas ranhuras cruzadas (tentei repetir o nome Paiute e acabei falando tudo errado — ele riu). De lá, começamos a descer em direção ao Jolley Gulch, que é mais íngreme do que eu imaginava. O jeep sacudia tanto que meus dentes até pareceram soltar por um segundo. Quando paramos de novo, Tyler disse que quem quisesse podia fazer uma caminhada rápida até um mirante no topo do cânion estreito. São só dois minutos, mas minhas pernas estavam bambas de tanto segurar o banco — mesmo assim fui. Olhar pra baixo naquele corte estreito, com 60 metros de profundidade e silêncio só quebrado por uns passarinhos distantes... até hoje lembro desse momento.

A subida foi mais devagar; cruzamos leitos de rios secos e eu ficava reparando em pegadas de bichos na poeira (talvez coiote? Tyler disse que provavelmente). Os lanches pareceram ainda mais gostosos depois de tanto sacolejo — só mix de frutas e castanhas, mas com um sabor mais salgado no ar frio. Voltamos pro planalto com o cabelo cheio de poeira e todo mundo meio quieto por um instante, o que parecia certo de algum jeito.