Szentendre: Passeio de um dia com arte, comida e vista para o Danúbio

4.68

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Como é a experiência?

Sempre ouvi dizer que Szentendre era “a vila dos artistas”, mas não esperava me sentir tão à vontade por lá. A viagem de trem saindo de Budapeste foi rápida — uns 40 minutos, talvez? — mas parecia que eu entrava em outro ritmo. Nossa guia, Ági, nos encontrou na estação com um sorriso tranquilo e apontou a antiga igreja ortodoxa no alto da colina. Ela contou que os sinos às vezes tocam em horários inesperados; gostei desse detalhe por algum motivo.

As ruas são todas de paralelepípedos irregulares e casas em tons pastel com janelas abertas. O cheiro de doce vinha perto da praça principal — alguém fritando lángos, que experimentamos depois (bagunçado, salgado e perfeito). Ági nos guiou por becos estreitos onde pintores montam cavaletes na calçada. Um deles acenou com a cabeça quando passamos; tinha tinta nas mãos e parecia nem ligar para os turistas espiando seu trabalho. Na margem do Danúbio, o clima é de silêncio, só quebrado por crianças correndo atrás de pombos e uma música de acordeão vindo da porta de um café.

Perdi a noção do tempo entrando em lojinhas — cerâmicas, mel, cartões postais antigos — e quase esqueci de reencontrar o grupo. Estava quente, mas sem sufoco; dava pra sentir o cheiro do rio misturado com linguiça assada no ar. O almoço não está incluído, mas Ági deu ótimas dicas de barracas de comida de rua (até hoje lembro daquele strudel de cereja). O passeio de um dia para Szentendre saindo de Budapeste foi tranquilo, como se ninguém estivesse tentando impressionar ninguém. Isso é raro.