Waterford: Tour a Pé pelo Viking Triangle e Bishop’s Palace

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Como é a experiência?

Mal chegamos ao Bishop’s Palace quando nosso guia, John — com seu lenço vermelho e sorriso rápido — nos chamou como se fôssemos velhos amigos. “Vocês não estão atrasados,” disse, mesmo sabendo que estávamos. Perguntou de onde vínhamos (Dublin de trem) e apontou para os degraus de pedra do palácio. “Esses já viram mais pés do que eu jantei sopas.” Ri, mas ele já nos guiava para uma porta desgastada. O ar trazia um cheiro leve de chuva misturado com o doce vindo de uma padaria próxima.

O que mais me marcou no Viking Triangle não foi só a história — foi a sensação de vida pulsando ali. Crianças corriam entre as pedras antigas, enquanto os pais as seguiam com copos de café na mão. John parou perto da réplica do barco viking e contou sobre os verdadeiros vikings que chegaram ali, “não só barbas e machados,” brincou. Deixou a gente tirar fotos sem pressa; quando uma garotinha quis tocar a cabeça do dragão esculpido no barco, ele se agachou para mostrar algumas runas. Foi emocionante — talvez porque meu avô também contava histórias assim.

Dentro do Bishop’s Palace, havia um silêncio especial — não frio, mas dava para sentir as paredes segurando a respiração. Ficamos no salão de recepção com o piso rangendo e a luz do sol entrando pelas janelas altas. John falou sobre festas georgianas e escândalos vitorianos (piscou o olho nessa parte). Tentei imaginar Waterford há 200 anos: cavalos passando lá fora, alguém assando pão como hoje. O tour dura só 45 minutos, mas cobre mil anos num piscar de olhos.

Não esperava me envolver tanto nos detalhes — o jeito que as pessoas concordavam quando John mencionava Cromwell, ou como todo mundo ficava em silêncio dentro da catedral. Teve até tempo para perguntas (alguém perguntou sobre fantasmas; John só sorriu). Terminamos onde começamos, um pouco molhados pela garoa, mas com uma energia estranha. Ainda lembro daquela vista pela Mall, com a mistura das pedras antigas e a vida nova — sabe como é?