La Maddalena: Passeio de Vela com Mergulho e Almoço Sardes

4.97

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Como é a experiência?

Quase perdi meu chapéu assim que saímos da Marina di Cala Mangiavolpe — o vento o levantou assim que a vela se abriu. Nosso capitão, Paolo, sorriu e deu de ombros como se aquilo fosse rotina. O barco parecia maior do que eu esperava (15 metros não é brincadeira), com espaço de sobra para esticar ou se apoiar no parapeito. O ar tinha aquele cheiro salgado que grudava nos lábios. Eu ouvia uma criança rindo toda vez que o casco inclinava. Nosso primeiro destino foi Spargi — Paolo disse que é seu lugar favorito para nadar em todo o arquipélago da Maddalena. Ele apontou pequenas enseadas onde costumava pescar na adolescência. Tentei imaginar como seria crescer ali; difícil não sentir uma pontinha de inveja.

A água perto de Spargi era tão transparente que dava para ver cada ondulação da areia no fundo — quase fiquei com medo de deixar cair algo no mar. Mesmo assim, pulamos com snorkels e, sinceramente, esqueci do resto por um tempo. Minha amiga tentou nadar até a praia, mas se distraiu com uns peixinhos prateados que nadavam ao redor dos pés dela. Quando passamos por Budelli, Paolo desacelerou para todos admirarmos a Spiaggia Rosa — ele contou que agora é área protegida e ninguém pode mais pisar nela. Ficou um silêncio no convés enquanto todos observavam as cores mudando com a luz; até as crianças ficaram quietas por um momento.

O almoço chegou depois de Razzoli — massa com peixe (acho que Paolo chamou de fregola?) e um aperitivo com queijos e salames locais. Vinho sardo também, que parecia ainda mais gostoso com o ar do mar, ou talvez fosse só impressão. Alguém derramou um pouco de Mirto tentando fotografar o prato; ninguém se importou. O sol já estava forte, mas sempre rolava uma brisa no convés, então nunca ficamos sufocados.

No fim da tarde, chegamos em Port Madonna — três ilhas ao redor e a água brilhando num verde esmeralda de conto de fadas (sei que soa exagerado, mas era assim mesmo). A galera não parava de pular na água para “um último mergulho” até que Paolo riu e avisou que, se não saíssemos, teríamos que dormir no barco. Ainda lembro daquele silêncio perto de Budelli — é raro encontrar um lugar onde todo mundo simplesmente... para de falar por um instante.