Milan Brera: Tour Gastronômico a Pé com Aperitivo e Degustações

4.79

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Como é a experiência?

A primeira coisa que lembro é do som dos passos nas pedras antigas de Brera — ecoando, mesmo sendo fim da manhã. Nossa guia, Chiara, acenou para a gente perto da Estação Lanza-Brera com um sorriso enorme, e logo estávamos desviando de barracas de mercado e pessoas conversando naquele jeito rápido típico de Milão. O ar tinha cheiro de café expresso e algo amanteigado — acho que vinha de uma padaria abrindo. Não sei por quê, mas me senti com fome e um pouco nervoso tentando pronunciar tudo direito.

Chiara começou a contar como Brera já foi cheia de artistas e poetas (ela apontou para um mural desbotado — disse que está lá desde que o pai dela era criança). Paramos no primeiro lugar para comer — um espaço pequeno com balcão de mármore — e experimentamos umas bolinhas de risoto. Quentes, com açafrão, meio pegajosas por dentro. Ela explicou que o arroz é a alma da cozinha milanesa. Alguém perguntou sobre polenta e ela riu — “Os milaneses discutem sobre polenta do mesmo jeito que falam de futebol.” Gostei disso.

No terceiro ponto (presunto de Parma tão fino que dava para ver a luz passar), eu já tinha parado de me preocupar com meu italiano. Um senhor atrás do balcão me entregou uma fatia com um “prego” gentil, e até hoje aquele sabor doce e salgado aparece na minha cabeça quando fico com fome em casa. Depois, todos nos juntamos numa mesa para o aperitivo — Spritz laranja brilhante tilintando — e Chiara nos ensinou a dizer “cin cin”. Ri quando tentei imitar o sotaque dela; provavelmente errei feio, mas ninguém ligou.

Não esperava me sentir tão à vontade caminhando por aquelas ruas nem aprender tanto sobre como a comida se mistura com a história de Milão — os canais, a Expo, tudo junto com pedaços de queijo e vitela à milanesa. A cidade ficou menos assustadora depois daquela tarde. Às vezes, quando sinto cheiro de laranja ou ouço italiano na rua, me vem uma lembrança rápida das cores e risadas de Brera ecoando pelas paredes antigas... sabe como é?