Monte Etna: Tour de Jipe com Degustação, Caverna Vulcânica e Traslado

4.64

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Como é a experiência?

A primeira coisa que reparei foi como o ar mudou — depois de Nicolosi, ficou mais fresco e com um cheiro mineral no fundo. Nosso guia, Salvo, sorria enquanto o jipe sacolejava e apontava para um paredão de basalto antigo — ele chamou de “memória do fogo”. Dava pra ver onde a lava tinha esfriado e formado aquelas formas retorcidas. Passei a mão em uma delas; era áspera e ainda gelada do vento da noite passada. Não esperava me sentir tão pequeno perto de algo tão antigo.

Entramos em uma caverna vulcânica (Salvo distribuiu capacetes e lanternas — o meu ficou torto duas vezes), e lá dentro era úmido, ecoava, quase como estar debaixo d’água. O silêncio fazia o ouvido zunir. Do lado de fora, de repente, apareceu aquela vista: o Vale do Bove se abriu diante da gente — encostas cinza-escuras, com manchas verdes onde a floresta resistiu. Alguém do grupo brincou sobre a “paisagem lunar”, mas eu só consegui ficar olhando. O que define esse passeio é o tour de jipe pelo Monte Etna — já tinha visto fotos, mas nenhuma mostra como é vazio e vivo ao mesmo tempo.

Teve momentos inesperados — como provar mel ali perto de Zafferana Etnea (as abelhas aqui devem ser guerreiras). O pão era quentinho e tinha um cheiro adocicado; serviram taças pequenas de vinho local, com um toque defumado. Salvo contou histórias dos Hornitos — pequenas aberturas que soltam fogo — e de como as pessoas se abrigavam aqui quando o Etna ficava bravo. Ele fez piada dizendo que mãe siciliana é mais forte que vulcão, o que arrancou risada de uma das senhoras do grupo.

Fico lembrando do silêncio dentro da caverna, ou de como minhas botas encheram de cinza preta toda vez que parávamos (devia ter apertado melhor). Não foi um dia perfeito — meu italiano é péssimo e falei “grazie” errado mais de uma vez — mas tem algo verdadeiro em se sujar nas encostas do Etna com um grupo de desconhecidos que também parecia meio maravilhado.