Salento: Passeio de Barco e Snorkel nas Grutas de Capo di Leuca

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Como é a experiência?

Já estávamos no mar antes que eu percebesse o gosto salgado do vento. O barco saiu de Salento e nosso guia, Marco (que usava óculos escuros mesmo na sombra), começou a apontar aquelas grutas de calcário recortadas que eu só tinha visto em cartões-postais. Na frente, um grupo de senhoras ria toda vez que o barco balançava — uma delas trouxe uma focaccia caseira que, de alguma forma, tinha um cheiro mais forte que o ar do mar. Não esperava me sentir tão relaxado logo de cara.

A costa ao redor de Capo di Leuca parece outra vista do mar — mais selvagem, quase secreta. Paramos perto de uma enseada estreita, e o Marco distribuiu as máscaras de snorkel (sempre fico preocupado com elas embaçando, mas essas eram boas). Entrar na água foi mais refrescante do que eu imaginava para junho. Dá para ver peixinhos prateados correndo entre as pedras, se olhar com atenção. Alguém gritou que viu um caranguejo, mas eu perdi; na verdade, só fiquei ali flutuando, ouvindo vozes abafadas acima e deixando a mente vazia pela primeira vez.

Tentei perguntar ao Marco o significado do nome de uma das grutas — ele sorriu e contou uma história sobre contrabandistas que escondiam tesouros ali há muito tempo (quem sabe se é verdade). O sol ia e vinha entre as nuvens, às vezes fazendo os penhascos brilharem dourados, outras vezes deixando tudo cinza. Passamos por outra gruta onde andorinhas faziam ninhos no teto — pequenas sombras dançando na pedra. É engraçado como duas horas passam rápido quando você está meio molhado e com o sal grudado na pele, mas até hoje lembro daquela sensação de estar ali, sem ligar para as horas.