Veneza: Passeio Privado de Barco em Murano e Burano com Vidro e Renda

4.54

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Como é a experiência?

Já se perguntou se aquelas fotos das casas de Burano são realmente tão vibrantes? A gente também, até estar ali, com os olhos quase semicerrados, admirando tudo do convés do nosso barco privativo. O ar da lagoa tinha um leve cheiro de sal, e a nossa guia, Chiara, apontava pequenos barcos de pesca deslizando enquanto deixávamos Veneza para trás. Eu ficava pensando como tudo parecia tão perto no mapa, mas na verdade era como se estivéssemos entrando em outro mundo — mais calmo, mais suave. Teve um momento estranho em que o barulho da cidade sumiu e só dava para ouvir a água batendo na madeira.

Primeira parada: Murano. Já tinha ouvido falar do sopro do vidro, mas nunca imaginei o quanto faz calor dentro daquelas oficinas antigas. O mestre não falava muito inglês (Chiara traduziu), mas as mãos dele contavam a história — moldando o vidro derretido em algo delicado enquanto a gente suava e ficava meio hipnotizado. O cheiro era forte, quase metálico. Nos deram um copinho de vidro para segurar; ainda estava quente. Tentei falar “grazie” direito, mas acho que errei o sotaque — ganhei um sorriso mesmo assim. Depois fomos até a igreja Santi Maria e Donato, onde os mosaicos no chão pareciam ter saído de outro século (e realmente saíram).

Depois veio Burano — não sei o que me impressionou primeiro: as cores vibrantes ou o murmúrio das conversas nas portas. A guia contou que as famílias pintam as casas todo ano para ninguém esquecer qual é a sua (não sei se é verdade, mas faz sentido). Paramos para tomar um vinho num lugar minúsculo à beira do canal; geladinho e refrescante depois de tanto sol. Tinha senhoras sentadas na calçada fazendo renda com os dedos mexendo mais rápido do que os meus jamais conseguiriam — fiquei observando por um tempo até perceber que tinha perdido a noção do tempo.

O passeio de volta no barco pareceu mais lento. Talvez fosse cansaço, ou talvez eu não quisesse ir embora ainda — difícil dizer. Veneza apareceu de novo, toda dourada com a luz batendo nas janelas. Às vezes ainda penso naquelas casas coloridas de Burano quando o dia está cinza lá em casa.