Marrakech a Ouarzazate e Ait Ben Haddou: Passeio Privado de 1 Dia

4.95

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Como é a experiência?

Nunca imaginei ver neve no Marrocos, mas lá estava — manchas brancas grudadas nas encostas irregulares do Atlas enquanto subíamos de Marrakech. Nosso motorista, Youssef, contou histórias sobre vilarejos berberes e apontava pastores espalhados pelas colinas. O ar tinha cheiro de pedra fria e diesel, e de vez em quando parávamos para deixar cabras atravessarem ou simplesmente para admirar a paisagem. Confesso que fiquei aliviado de não estar dirigindo aquelas curvas fechadas — mal conseguia tirar os olhos dos vales lá embaixo.

Quando chegamos ao Passo Tizi-n'Tichka, tudo parecia maior de alguma forma. O vento cortava minha jaqueta (deveria ter levado uma camada extra), mas o silêncio lá em cima era incrível — só nós, alguns viajantes tremendo perto dos carros, e aquela imensidão de montanhas. Youssef tirou uma foto nossa e brincou que ia nos deixar com cara de exploradores de verdade. Até hoje lembro daquela vista quando o barulho da cidade aperta.

Ouarzazate era mais quente, com poeira no ar — uma energia diferente. Almoçamos um tagine num lugarzinho onde o dono cumprimentou Youssef como se fosse amigo de longa data (quem sabe, né). Tentei falar “Ouarzazate” do jeito certo e acabei arrancando risadas do garçom. O tour pelos estúdios de cinema foi uma experiência curiosa — estátuas egípcias contra o céu do deserto, pedaços de cenários de filmes deixados para trás. Quem curte Gladiador provavelmente vai pirar aqui.

Mas entrar em Ait Ben Haddou foi como dar um passo para trás no tempo. Nosso guia local nos levou por vielas secas pelo sol e deixou a gente tocar nas paredes antigas de adobe — quentes e ásperas ao toque. Crianças jogavam bola na frente dos portões da kasbah enquanto vendedores chamavam em árabe e francês. É impressionante quantos filmes foram gravados ali, mas o lugar ainda parece vivo, não só um cenário. No caminho de volta a Marrakech, assisti o entardecer tomando conta das colinas e tentei guardar aquela sensação — como se tivesse tocado algo antigo e verdadeiro por um instante.