Tromsø e Kvaløya: Cultura Sami, Almoço em Sommarøy e Rena

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Como é a experiência?

Confesso que não esperava rir tanto alimentando renas na neve. O dia começou em Kvaløya, pertinho de Tromsø — nosso grupo pequeno, agasalhado e meio sonolento, seguia no ônibus por estradas geladas entre montanhas e aqueles fiordes azuis e silenciosos. Nosso guia, Erik, apontava onde as águias-do-mar às vezes pousam (não vimos nenhuma, mas eu não parava de olhar). Tem algo naquela luz do norte — meio suave e cinza mesmo quando está claro — que faz você prestar atenção nas pequenas coisas, como o barulho das botas na neve ou a fumaça da sua respiração no ar.

Conhecer o pastor Sami foi, sem dúvida, minha parte favorita. Ele chamou do outro lado do campo e, de repente, aquelas renas apareceram atrás de um grupo de bétulas — chifres para todo lado. Fomos passando líquens com a mão; o focinho delas é mais macio do que eu imaginava. Fui lambido (duas vezes), o que foi engraçado e estranho ao mesmo tempo. Dentro da tenda lavvo, nos juntamos ao redor da fogueira enquanto ele cantava Joik — sua voz era baixa e firme — e contava sobre as tradições da família. A fumaça ficou no meu casaco por horas depois. Alguém tentou agradecer em Sami e errou todo; todo mundo riu, inclusive nosso anfitrião.

O almoço no Sommarøy Arctic Hotel foi simples, mas gostoso — escolhi a sopa de peixe porque o Erik disse que é o prato preferido dos locais quando faz frio. Pela janela, dava para ver pequenas ilhas cobertas de neve, tudo tão calmo. Depois de comer, fomos até a beira da água; vi duas crianças chutando uma bola em uma faixa de areia que parecia quase tropical, se você esquecesse dos dedos congelados. É engraçado como o barulho da cidade parece tão distante aqui.