Glaciar Franz Josef: Passeio de Helicóptero com Pouso na Neve

4.90

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Como é a experiência?

Tudo começou com nosso piloto, Jamie, sorrindo enquanto me entregava o fone — “Fica tranquilo, vou deixar o voo suave,” disse ele, mas meu estômago já fazia piruetas. As hélices do helicóptero faziam um barulho mais alto do que eu esperava, e num piscar de olhos estávamos decolando da cidade de Franz Josef. O chão sumiu tão rápido que alguém atrás de mim soltou um suspiro (acho que fui eu). Jamie apontou o rio serpenteando lá embaixo e brincou que os locais sabem a estação do ano só pela cor da água — ela muda conforme o degelo.

O glaciar parecia surreal visto de cima. Todo aquele gelo azul e branco, rachado e dobrado como se alguém tivesse amassado um lençol gigante e deixado no congelador. Jamie inclinou o helicóptero para passarmos sobre as quedas de gelo — encostei a testa na janela e senti o ar gelado entrando. Tinha um cheiro forte, quase metálico. Ele contou histórias de resgates e que em alguns dias dá para ver os pássaros kea pulando por aqui (hoje não teve sorte, a não ser que minhas mãos trêmulas contem).

Pousar no topo do Glaciar Franz Josef foi... estranhamente silencioso? Parecia que todo som desapareceu, só se ouvia o barulho das nossas botas afundando na neve que parecia falsa, mas era bem real. Meu amigo tentou fazer uma bola de neve, mas só conseguiu congelar os dedos. Tiramos fotos — todo mundo meio sem jeito, tentando não ser o primeiro a voltar para o helicóptero. Eu não parava de pensar na idade daquele gelo sob meus pés. Ficamos pouco tempo (o vento aumentou rápido), mas aquele silêncio ficou comigo mesmo depois de decolarmos de novo.