Lago Titicaca: Passeio Rápido às Ilhas Uros e Taquile

4.74

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Como é a experiência?

Jamais vou esquecer o primeiro passo fora do barco nas Ilhas Flutuantes dos Uros — meu pé afundou um pouco nas totoras, macias e elásticas, quase como pisar num trampolim de palha. Nossa guia, Rosa, sorriu ao ver minha surpresa e explicou que sua família constrói essas camadas de totora há gerações. O ar tinha um cheiro leve, meio doce e terroso, e a cada movimento ouvia um rangido suave sob os pés. Era uma sensação de fragilidade e resistência ao mesmo tempo. Uma moradora chamada Julia nos mostrou como ela tece os tapetes; suas mãos se moviam tão rápido que mal consegui acompanhar. Tentei agradecer em aymara — ela riu (provavelmente falei errado), mas foi o suficiente para quebrar o gelo.

A travessia de barco rápido pelo Lago Titicaca foi mais tranquila do que eu imaginava — vento no rosto, sol refletindo na água, e as montanhas ao longe parecendo uma pintura. Saímos cedo de Puno, então pela manhã o dia estava claro, mas sem calor excessivo. Na Ilha Taquile, não circulam carros — só caminhos de pedra que sobem entre terraços de batata e quinoa. A caminhada até a praça principal levou uns 30 minutos; confesso que precisei parar algumas vezes para recuperar o fôlego (a altitude pesa). Mas quando você olha para trás e vê aquele azul profundo do lago se estendendo até o horizonte... vale cada passo.

O almoço foi simples, mas perfeito: truta fresca, sopa de quinoa e chá de muña (uma erva parecida com hortelã). Sentados ao ar livre com outros viajantes e alguns moradores, vendo as crianças jogarem futebol perto da praça, parecia que o tempo desacelerava. A guia apontou os homens tricotando gorros (aqui só os homens fazem isso), e até hoje isso me faz sorrir ao lembrar. O dia todo foi costurado por momentos assim — cumprimentos meio desajeitados, risadas compartilhadas, o sol iluminando pedras antigas. É difícil explicar, só quem vive sabe.