Machu Picchu: Passeio de um dia saindo de Cusco com trem privativo e circuitos flexíveis

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Como é a experiência?

“Se o tempo ajudar, você vai ver o sol bater nas montanhas primeiro,” disse nosso motorista enquanto deixávamos Cusco antes do amanhecer. Eu ainda estava meio dormindo na van, mas a voz dele tinha um orgulho tranquilo—como se já tivesse visto aquilo centenas de vezes e ainda se emocionasse. O Vale Sagrado parecia pintado em tons de azul e cinza, as vilas despertando enquanto passávamos. Fiquei tentando avistar umas lhamas pela janela (vi duas, talvez três?), e, pra ser sincero, não esperava que a viagem fosse tão tranquila. Tem algo naquele friozinho da manhã e no barulho dos pneus na estrada antiga que faz você sentir que está entrando na história.

A estação de Ollantaytambo já estava movimentada quando chegamos—pessoas carregando mochilas e bilhetes, vendedores oferecendo café com cheiro forte que acorda qualquer um. Nossa guia, Rosa, nos achou rapidinho (ela acenou com uma placa com meu nome e sorriu como se soubesse o quanto eu estava nervoso). O passeio de trem pelo rio Urubamba parecia quase mágico—janelas embaçadas de vez em quando, verde da selva por toda parte. Rosa apontou onde as montanhas começam a se fechar perto de Aguas Calientes; ela chamou isso de “a porta de entrada.” Descemos e caminhamos cinco minutos pela cidade—vapor subindo das barracas de comida, alguém rindo em quéchua atrás da gente—e então pegamos o ônibus que sobe em ziguezague até Machu Picchu.

Eu tinha lido que o “circuito 2” é o melhor para quem vai pela primeira vez. Rosa fez o possível para garantir esse trajeto pra gente (disse que sempre vale pedir), mas, pra falar a verdade, qualquer circuito aqui parece um mergulho em outro mundo. As pedras estavam frias nas minhas mãos; a névoa passava pelas terraças; às vezes só se ouvia o vento ou um “uau” baixinho de alguém. Rosa contou histórias sobre Pachacuti e templos perdidos—a voz dela ecoava nas paredes antigas. Em um momento ela riu do meu capa de chuva (“estilo garantido!”) porque começou a garoar por cinco minutos e parou tão rápido quanto. Ainda penso naquela hora, olhando as encostas verdes lá embaixo—não parecia real.

Voltamos com calma para Aguas Calientes (sem pressa nenhuma), almoçamos perto do mercado onde tudo cheirava a coentro fresco e milho assado, e depois passeamos até a hora do trem de volta. À noite eu estava cansado, mas com a cabeça a mil—como se meu cérebro ainda não tivesse processado tudo que vi. Se for, leve seu passaporte (eles conferem!), uns soles para lanches, e não se preocupe se esquecer como dizer “obrigado” em espanhol—um sorriso resolve tudo.