Cappadocia: Tour Privado pelas Chaminés de Fada e Valos com Guia Local

4.92

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Como é a experiência?

Sabe aquele silêncio estranho que rola pouco antes do sol nascer? Foi exatamente isso que senti no mirante panorâmico de Göreme — só o silêncio, quebrado de leve por um galo distante e o barulho de alguém montando uma barraca de chá. Já tinha visto fotos das chaminés de fada da Cappadocia, mas estar ali, com o ar ainda fresquinho e vendo os primeiros balões subindo por cima dessas torres de pedra... parecia até cena de filme. Nosso guia, Emre, me ofereceu um simit quentinho e explicou como a luz bate nas pedras de um jeito diferente a cada estação. São esses detalhes — alguém da região percebendo coisas que a gente nem nota — que fizeram esse tour privado ser tão especial.

Depois, subimos o Castelo de Uchisar. Não sabia bem o que esperar (achava que seria só mais um mirante), mas passar pelos túneis antigos e ver as portas de moinho ainda encaixadas foi incrível. O Emre contou que os agricultores daqui usam o esterco das pombas das colmeias para adubar as vinhas — nunca imaginei aprender sobre fertilizante num passeio assim. O vento ficou forte lá no alto e dava pra ver todos os vales lá embaixo, com o Monte Erciyes meio escondido na névoa. Minhas mãos ficaram cheias de pó de pedra, mas gostei disso — dava uma sensação de estar de verdade no lugar.

O Museu a Céu Aberto de Göreme estava mais tranquilo do que eu pensava, talvez porque começamos cedo. Dentro de uma capela, minha amiga tentou ler um pouco do grego desbotado na parede (ela se enrolou toda; até o Emre riu). O cheiro ali dentro — pedra antiga misturada com cera de vela — ficou mais marcado na minha memória do que qualquer foto. Depois do almoço, que foi simples mas gostoso (ainda penso naquela sopa de lentilha), passeamos pelo Vale de Pasabag, entrando em cavernas pequenas esculpidas por monges há séculos. Tem algo muito tocante em tocar paredes que alguém moldou à mão há tanto tempo.

Quando chegamos ao Vale dos Pombos, eu já estava cansado, mas não queria perder. O caminho passa por casinhas minúsculas de pombos feitas na rocha — algumas pintadas de azul para afastar o mau-olhado, explicou o Emre — e havia flores silvestres por toda parte. Voltamos ao hotel por volta das cinco, com os sapatos cheios de poeira e a cabeça cheia de tudo que vimos. Ainda não sei bem como explicar aquela sensação de sair de uma igreja em caverna direto para a luz do sol — fica guardada na gente, sabe?