Hoi An & Cam Thanh: Passeio de Cesto, Centro Histórico e Lanternas no Rio

4.94

(527 avaliações)

Como é a experiência?

Eu ainda ria de mim mesmo rodando em círculos quando finalmente saímos das palmeiras de Cam Thanh. Os barcos de cesto são redondos — parecidos com tigelas gigantes — e, juro, pilotar eles é uma arte. Nosso guia, Minh, sorria e nos mostrou como lançar aquelas redes enormes de pesca. Tentei uma vez, me enrolei todo e quase me molhei todo. O ar tinha cheiro de terra molhada, verde, com um toque salgado do rio. Libélulas voavam por toda parte, raspando a água. Dá para ouvir vozes distantes de outros barcos ecoando entre as árvores.

De volta à terra firme, seguimos para o Centro Histórico de Hoi An. As casas antigas parecem prender a respiração há séculos — paredes amarelas desgastadas pela chuva, lanternas balançando no ar mesmo antes do pôr do sol. Minh nos levou para dentro de uma daquelas casas de comerciantes (acho que era a Phung Hung? Ou talvez a Tan Ky — perdi a conta), onde apontou entalhes nas vigas que simbolizam sorte ou vida longa. Ele contou histórias de mercadores vindos do Japão e da China; gostei quando disse que “Hoi An sempre foi um lugar de encontros.” Também visitamos o Museu do Folclore — dois andares rangendo cheios de fantoches e bandeiras de seda, além de alguém fazendo uma demonstração de caligrafia ali mesmo.

À noite, o ar ficou denso com cheiro de incenso e fumaça de carne de porco assada das barracas de rua. Cruzamos a Ponte Japonesa justo quando alguém começou a tocar uma flauta de bambu perto dali — confesso que me arrepiei por um instante. O jantar foi uma especialidade local (dumplings de rosa branca?), comemos rápido porque todo mundo queria sair de novo para a parte das lanternas. Essa parte me surpreendeu: você pega uma lanterna pequenininha em forma de flor, faz um pedido se quiser (Minh disse que a sorte vem se você não contar pra ninguém), e solta ela flutuando no Rio Hoai enquanto barcos iluminados passam coloridos.

O mercado noturno depois era barulhento, mas meio mágico também — todas aquelas luzes e gente negociando lenços de seda ou pequenos sapos de madeira que coaxam quando você esfrega com um graveto. Lembro de pensar que nunca tinha visto tantos tons de amarelo num só lugar. Até hoje quase consigo ouvir aquela flauta ecoando pela água.