Phong Nha: Trek no Vale Abandonado, Caverna E e Acampamento

4.87

(30 avaliações)

Como é a experiência?

Já estávamos suando quando nossas botas tocaram as pedras afiadas — Quang, nosso guia, só sorriu e disse que fica mais fácil depois da primeira subida (ele mentiu). A selva do Vale Abandonado em Phong Nha é mais barulhenta do que eu esperava: cigarras zumbindo como fios de alta tensão, bambus rangendo quando o vento soprava. Em um momento, paramos para um lanche perto de uma pedra coberta de musgo e percebi que minha camisa estava manchada de poeira vermelha. Quang apontou para um canto de pássaro — disse que é comum por aqui, mas eu nunca tinha ouvido nada parecido. A “porta dos fundos” da Caverna Escura parecia até coisa de filme: 50 metros de altura, verde de musgo e um ar gelado saindo de lá. Minhas pernas tremiam, mas não quis mostrar.

O almoço foi simples, mas quente — arroz, carne de porco e um tipo de verdura em conserva que fazia minha boca formigar. Chegamos na Caverna E no fim da tarde; dava para ver a água turquesa logo na entrada. Nadar lá dentro foi surreal. As paredes da caverna eram lisas e geladas ao toque, e o eco fazia cada splash parecer enorme. Alguns tentaram stand up paddle (caí duas vezes), outros só flutuavam olhando para o teto. Depois do jantar — carne bovina e suína grelhada na fogueira — ficamos conversando ao redor da fogueira enquanto alguém tocava música baixinho no celular. Acordei uma vez durante a noite com um silêncio total, só o coaxar dos sapos perto.

O dia seguinte começou cedo; o nascer do sol entre a névoa e as árvores é algo que ainda me vem à cabeça. O café da manhã foi arroz pegajoso com ovos, feitos ali mesmo no acampamento. Passamos horas explorando a Caverna E de novo — dessa vez com snorkel, depois remando mais fundo onde a luz vira azul-esverdeada e você não consegue ver o fundo. Quang gravou pequenos vídeos com a GoPro para todo mundo (pareço meio bobo no meu). Mais tarde, caminhamos até a Caverna Dourada; confesso que minhas pernas já estavam cansadas, mas aquelas estalactites douradas realmente brilham quando a luz bate do jeito certo.