Cape Town: Mergulho em gaiola com tubarões e visita ao santuário de pinguins

4.52

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Como é a experiência?

Confesso que minhas mãos já tremiam um pouco quando saímos de Cape Town antes do sol nascer. Tem algo em saber que você está indo direto para o mar aberto, com tubarões por perto, que deixa até o café mais intenso. Nosso guia, Sipho, manteve o clima leve — ele brincava que nunca viu ninguém desistir no último minuto. Eu não contei que estava pensando nisso. A viagem até Gansbaai pareceu mais longa do que realmente é (são cerca de duas horas), mas ver a costa mudando de cor enquanto avançávamos ajudava a acalmar o nervosismo.

Quando chegamos ao barco, todo mundo ficou em silêncio por um instante — talvez só ouvindo as gaivotas ou sentindo aquele cheiro de mar. A bióloga marinha a bordo explicou o que esperar e por que tudo é feito daquele jeito (gostei disso, parecia respeitoso). Vestir a roupa de neoprene foi meio desajeitado — não sou nada elegante — mas quando você está dentro da gaiola, de repente não tem nada entre você e o que estiver nadando por perto. A água gelada bateu no meu rosto e senti o gosto de metal das grades. Esperamos, respirando pelo snorkel, até alguém gritar — lá! Uma sombra se movendo rápido. Não foi nada de filme, mas o suficiente para acelerar meu coração. Me peguei sorrindo atrás da máscara.

Depois, ainda animado (e tremendo), paramos no African Penguin & Seabird Sanctuary. Pelo vidro, vi os voluntários alimentando esses passarinhos de smoking — um deles até veio andando até a borda como se fosse dono do lugar. Tinha um cheiro leve de peixe misturado com desinfetante, não desagradável, só a prova de um trabalho sério ali. Uma funcionária explicou como cada visita ajuda no resgate das aves; ela parecia orgulhosa, mas cansada daquele jeito de quem se importa demais. Tentei agradecer em africâner e quase não consegui — ela riu mesmo assim.

Fico pensando naquele momento debaixo d’água, quando tudo ficou quieto, só o som da minha respiração e umas gaivotas distantes. Não sei se vou repetir o mergulho em gaiola, mas fico feliz de ter feito aqui — com gente que conhece essas águas como a palma da mão e que realmente as ama.