Cape Town: Pinguins em Boulders, Cape Point e Chapman’s Peak

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Como é a experiência?

Mal saímos da van, um velho pescador em Hout Bay acenou para a gente — queria mostrar seu peixe fresco (algo prateado, ainda se mexendo). O ar do porto tinha cheiro de sal e snoek frito vindo de uma barraca próxima. Nosso guia, Tumi, sorriu e disse que, se tivéssemos dinheiro, poderíamos pegar o barco para Seal Island. Não esperava começar o dia com spray do mar no cabelo e focas latindo por cima do barulho do motor, mas foi exatamente assim.

A estrada pela Chapman’s Peak é daquelas que você acha que já viu em foto, mas só entende de verdade estando lá — penhascos que despencam de um jeito que dá até um frio na barriga. Paramos para fotos, mas eu só queria ficar encostado no parapeito ouvindo o vento. Tumi apontou as Doze Apóstolos atrás da gente; tentei contar, mas perdi a conta depois do sétimo. Estava mais frio do que eu imaginava, então agradeci por estar com jaqueta.

Depois fomos para Boulders Beach. Os pinguins realmente andam igual desenho animado — um quase tropeçou no meu sapato enquanto eu me agachava para tirar uma foto. Crianças gritavam de alegria por perto e um cheiro suave de algas estava no ar. Alguém tentou me ensinar a dizer “jackass penguin” em africâner (com certeza eu falei errado, mas a Li riu mesmo assim). A areia grudava nos tornozelos, mas você nem liga porque tem pinguins literalmente por toda parte.

Cape Point em si parecia selvagem — não só pelo vento, mas como se fosse a beirada de algo muito maior. Subimos até o farol antigo; minhas pernas doeram um pouco, mas a vista fez eu esquecer disso. Dá para ver onde dizem que os oceanos se encontram, e uns babuínos nos observavam de longe como se fossem donos do lugar. Na volta, passamos por avestruzes bicando o nada à beira da estrada. Ainda fico pensando naquela sensação de estar na ponta do continente — fica na memória mais do que você imagina.