Munique: Tour pelos mercados de Natal com vinho quente

4.92

(59 avaliações)

Como é a experiência?

A primeira coisa que me chamou atenção foi o cheiro — cravo e laranja no ar de Marienplatz, misturado com fumaça de lenha e aquele frio que faz o nariz formigar. Nossa guia, Anna, me entregou uma caneca fumegante (ela chamou de “Glühwein” — acho que pronunciei errado), e juro que senti meus dedos descongelando enquanto ela contava que esses mercados existem desde antes de metade dos prédios aqui terem sido construídos. Tinha barraquinhas por todo lado, vendendo desde enfeites esculpidos à mão até corações de gengibre maiores que meu rosto. Me distraí com um coral cantando perto da Rathaus — as vozes ecoando na pedra, me fazendo parar só para ouvir por um instante.

Depois entramos no pátio da Residenz, onde luzes de fada se enroscavam nos galhos secos e as pessoas se aglomeravam em barracas com cara medieval. Anna nos contou sobre antigas tradições da Baviera (peguei só metade porque alguém me ofereceu um doce recheado com algo meio noz e doce — até hoje não sei o que era, mas comeria mais dez). No Odeonsplatz, ela apontou um detalhe numa estátua que eu jamais teria reparado sozinho. Teve um momento em que todo mundo ficou em silêncio, tomando o vinho, enquanto começava a cair uma neve leve — só o suficiente para cobrir os casacos e deixar tudo com um ar mais suave.

Mais tarde pegamos o metrô (que parecia surpreendentemente limpo comparado ao que estou acostumado) até a Theresienwiese. O lugar é famoso pela Oktoberfest, mas em dezembro vira uma festa de luzes e risadas — mais barulhento e bagunçado que os mercados do centro, mas de um jeito bom. Experimentamos outro tipo de vinho quente (mais doce? Ou eu já estava me acostumando), passeamos por barracas com nomes que não consegui pronunciar e vimos crianças correndo entre as barracas de comida. Anna ofereceu carona de volta para Marienplatz, mas a gente meio que ficou para trás, sem querer que a noite acabasse tão cedo.