Kuranda Scenic Railway e Skyrail: Passeio de um dia saindo de Port Douglas

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Como é a experiência?

Saímos de Port Douglas logo após o nascer do sol, com as janelas embaçadas pelo ar do mar, ainda despertando. Nosso guia — Steve, se não me engano — tinha um jeito natural de mostrar as coisas, sem parecer decorado. Ele desacelerou a van ao passar por uma parede verde tão densa que parecia pintada. “É por aqui que às vezes os casuares atravessam,” disse ele, fazendo todo mundo se aproximar mais do vidro. Nenhum pássaro hoje, mas dava para sentir o cheiro da terra molhada — quase doce, como chuva caindo sobre madeira antiga.

O Kuranda Scenic Railway parecia mais antigo do que qualquer trem que eu já tinha pegado. Os bancos rangiam quando você mudava de posição, e cada túnel reverberava um som profundo que fazia minha garrafa d’água vibrar. Subíamos pelo Barron Gorge, com cachoeiras passando tão rápido que eu não conseguia capturar nenhuma foto. A viagem não é longa, mas parece que você está em outro mundo — a selva quase tocando a janela, névoa envolvendo os trilhos. Em um momento, o vagão ficou em silêncio, exceto por uma criança perguntando se estávamos no Jurassic Park (sinceramente, pergunta justa).

O vilarejo de Kuranda tem uma vibe tranquila — barracas cheias de animais esculpidos em madeira e pinturas coloridas, músicos tocando didgeridoo sob telhados de zinco. Nosso guia deu algumas dicas (“Experimente o sorvete de manga perto do Butterfly Sanctuary”) e depois nos deixou livres para explorar. Me perdi numa loja que vendia sabonetes de eucalipto; tudo tinha um cheiro forte e refrescante. O almoço foi à vontade — o meu foi uma torta, sentada num muro baixo, enquanto observava papagaios discutindo numa figueira acima.

O Skyrail Rainforest Cableway é mais silencioso do que você imagina — um zumbido suave enquanto você sobe acima da copa das árvores. Dá para ver até Cairns se o céu estiver limpo; hoje as nuvens estavam baixas sobre o Mar de Coral, mas de vez em quando um raio de sol dourava tudo por alguns minutos. Descendo, parecia que eu flutuava de volta para a vida real. Fizemos uma parada de meia hora em Palm Cove — tempo suficiente para tomar uma bebida gelada e tirar os sapatos na areia antes de voltar para o norte. Ainda penso naquela vista lá do alto das árvores — sabe quando alguns momentos ficam gravados?