Antuérpia: Tour Noturno a Pé com Lendas e Histórias do Red Light

4.90

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Como é a experiência?

A primeira coisa que percebi foi que escolhi o sapato errado — os paralelepípedos da Grote Markt em Antuérpia não são brincadeira, ainda mais depois de uma garoa. Nosso guia, Pieter, só sorriu e disse que fazia parte da “experiência medieval”. Começamos ali mesmo, entre as casas das guildas e a Fonte Brabo, onde ele contou histórias de gigantes e mãos perdidas (não vou estragar a surpresa). O ar cheirava a pedra molhada e batata frita de uma barraquinha na esquina. Moradores passavam de bicicleta, desviando por pouco enquanto nos juntávamos para mais uma lenda.

Seguimos para a Catedral de Nossa Senhora, que fica ainda mais imponente à noite — cheia de sombras e com aquele sino enorme. Pieter mostrou um pequeno gárgula que eu jamais teria notado sozinho. Falou de Rubens como se fosse um vizinho antigo, o que me fez rir. Depois, chegamos ao antigo Salão dos Açougueiros — confesso que não esperava pensar em salsichas e música medieval ao mesmo tempo, mas foi exatamente isso. O lugar ecoava levemente enquanto caminhávamos; dava até para imaginar dançarinos de sapatos pesados.

Perto do Red Light District, Pieter parou para ver se alguém queria pular essa parte. Ninguém quis (alguém até brincou que era “para pesquisa”). O lugar parecia seguro, só gente fazendo sua vida sob luzes de neon. Ele contou algumas histórias “picantes” — nada demais — e percebi quantas camadas essa cidade tem. Terminamos no terraço do MAS bem quando o céu deu uma clareada. Ventava lá em cima, mas valeu a pena; as luzes do porto de Antuérpia se estendiam até o infinito. Até hoje lembro daquela vista quando ouço gaivotas em casa.