Fortaleza a Jericoacoara: Transfer Diário com Pickup no Hotel

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Como é a experiência?

A primeira coisa que percebi foi o silêncio das ruas de Fortaleza ao amanhecer — só alguns vendedores começando o dia e o cheiro suave de café vindo de algum lugar. Nosso motorista, Paulo, acenou ao chegar pontualmente na frente do meu hotel na Avenida Beira Mar. Mal terminei meu pão de queijo e já estávamos passando pela Praia do Futuro, pegando outro casal ainda sonolento, que parecia tão inseguro com o horário quanto eu. O ônibus estava fresquinho (graças ao ar-condicionado) e o Paulo tinha aquele jeito tranquilo de explicar tudo — onde iríamos parar, quando trocaríamos de veículo — que me deixou mais relaxado. É impressionante como a cidade dá lugar à estrada aberta tão rápido; num minuto você desvia do trânsito, no outro já está cercado de coqueiros e terra vermelha.

Depois de umas duas horas, paramos em Paraipaba para o que Paulo chamou de “esticar as pernas”. Tinha uma padaria pequena onde peguei uma coxinha e um café forte de verdade — juro que era melhor que muitos cafés de aeroporto que já tomei. O lugar cheirava a açúcar e massa frita. De volta ao ônibus, o pessoal conversava baixo ou cochilava; eu ficava olhando a paisagem se abrir até que, perto de Jijoca de Jericoacoara, tudo mudou. Foi ali que trocamos para umas jardineiras 4x4 abertas (nem sabia que esse nome existia). O ar ficou diferente — quente e salgado — e só se ouvia o vento e o motor enquanto pulávamos pelas trilhas de areia rumo à vila de Jericoacoara.

Tentei tirar fotos, mas acabei rindo mais com o balanço do carro passando por outra duna. Nosso guia apontava detalhes: pescadores acenando de longe, cabras atravessando o caminho (uma ficou nos encarando por um bom tempo). Não era nada glamouroso ou chique — parecia mais um segredo local de como as pessoas realmente se deslocam por ali. Quando chegamos em Jericoacoara, por volta das 13h30, com areia por todo lado (até dentro do tênis), senti que tinha entrado em outro mundo. Aquela última parte pelas dunas é algo que ainda me vem à cabeça às vezes — acho que nenhuma foto faria justiça.