Rio de Janeiro: Tour a Pé na Favela do Vidigal com Russo

4.97

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Como é a experiência?

Nos encontramos com o Russo bem na entrada do Sheraton, no Leblon — ele mora no Vidigal a maior parte da vida e isso fica claro. Ele nos recebeu como velhos amigos e, rapidinho, já estávamos subindo a pé pela ladeira. O ar mudou assim que deixamos a rua principal — música vindo de uma janela lá em cima, alguém fritando cebola para o almoço (que cheiro!). Russo apontou o Morro Dois Irmãos atrás da gente e riu quando tentei falar o nome direito. Não consegui, claro.

Logo chegamos ao Parque Ecológico Sitiê. Antes era um lixão — Russo contou como os vizinhos transformaram o lugar num espaço verde cheio de hortas e árvores que dão sombra. Um grupo de crianças jogava bola perto dali, suas vozes ecoando pelas paredes grafitadas. As cores são vibrantes, mas ao mesmo tempo trazem uma paz estranha. Passamos pela Vila Olímpica — ele mostrou onde jogava basquete quando criança — e seguimos subindo, passando por murais de artistas locais (um deles até acenou da porta de casa).

A vista do Arvrão me pegou de jeito — a cidade de um lado, o mar do outro. Fizemos uma pausa no Bar da Laje para tomar algo gelado; juro que poderia ter ficado ali a tarde toda só olhando as nuvens passearem sobre o Rio. Russo contou que o Papa João Paulo II visitou a capela ali em 1980 — não esperava essa história escondida no meio de tanta vida e cor.

Ainda lembro das vielas íngremes e de como todo mundo parecia conhecer o Russo pelo nome. A subida dá um suor, mas ninguém liga; as pessoas acenam ou sorriem ao passar. Quando descemos por atalhos cheios de grafite, parecia que tínhamos descoberto um lado do Rio que a maioria dos turistas nem imagina — mesmo que minhas pernas tenham reclamado depois.