Saint John a St. Martins: Tour em Grupo Pequeno pela Costa da Fundy

5.00

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Como é a experiência?

Eu não sabia o que esperar quando subimos no micro-ônibus em Saint John — só sentia aquela inquietação e precisava de um tempo longe da multidão do navio. O motorista, Dave (que tem um jeito seco de contar histórias), distribuiu café e falou algo sobre “pegar a maré na hora certa”. Aquilo ficou na minha cabeça. As Corredeiras Reversas foram a primeira parada — à primeira vista parecia tudo calmo, mas aí você percebe a água lutando contra si mesma, girando onde o rio encontra o mar. O Dave sorriu e disse que voltaríamos mais tarde, quando tudo estivesse completamente diferente. Eu não acreditei, mas ele estava certo.

A viagem pela costa foi como soltar o ar depois de prender a respiração por muito tempo — cheiro de sal no ar mesmo com as janelas fechadas, árvores passando rápido, todo mundo meio quieto, perdido nos próprios pensamentos por um tempo. Quando chegamos em St. Martins, só dava para ver penhascos vermelhos e aqueles barcos de pesca de madeira apoiados tortos na lama (a maré tinha recuado). Fomos até as cavernas marinhas — dá para sentir o cheiro de pedra molhada e algas antigas se você chegar perto. Tentei falar algo em francês para uma das guias; ela riu e corrigiu com jeitinho. Estava frio, mas nada desconfortável — só o suficiente para despertar os sentidos.

No Fundy Trail Parkway (avisaram que fecha depois de meados de outubro), tem um mirante de onde dá para ver até onde a vista alcança — ou pelo menos até a Nova Escócia do outro lado da baía em dias claros, o que não era o caso, mas de algum jeito isso tornou tudo mais especial. O vento aumentou e o chapéu de alguém quase voou; todo mundo aplaudiu quando pegaram de volta. Foi quando saíram os lanches (barras de granola e mais café), que caíram como uma luva depois de tanto andar por pedras molhadas e trilhas na mata.

Na volta, paramos de novo nas Corredeiras Reversas antes de seguir para o porto, e aí finalmente entendi o que o Dave quis dizer — a água corria para trás agora, tão forte que ficamos ali só ouvindo, em silêncio, por um tempo. Às vezes ainda lembro desse som quando o barulho da cidade fica demais.