Pequim: Tour de 2 Dias na Muralha da China, Cidade Proibida e Palácio de Verão

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Como é a experiência?

“Você ainda não está cansado?” Foi o que nosso guia Li perguntou enquanto caminhávamos pelo último pátio da Cidade Proibida — meus pés já reclamando depois de horas andando sobre pedra. Foi ali que senti de verdade a grandiosidade da história de Pequim: paredes vermelhas que pareciam não ter fim, tinta descascando em alguns pontos, multidões que se moviam como rios lentos. Li apontou onde um imperador costumava esperar antes das cerimônias ao amanhecer. Tentei imaginar: fumaça de incenso no lugar dos flashes das câmeras, o vapor da respiração no frio. Começamos o dia na Praça Tiananmen — tão ampla que me senti pequeno — e seguimos, uma história atrás da outra.

O dia seguinte foi cheio de contrastes. Depois do café da manhã (baozi quentinho de uma barraquinha na rua), seguimos para fora da cidade, passando pela névoa, até a Muralha da China em Mutianyu. Não esperava tanta tranquilidade lá em cima. O vento no ouvido, agulhas de pinheiro sob os pés, um silêncio que você não encontra no centro de Pequim. Alguns pegaram o teleférico, mas eu subi parte a pé — Li disse que a “Rota Dourada” entre as torres 14 e 23 vale a pena se tiver energia (fiz metade do caminho; sem vergonha). A vista simplesmente se abre. Dá para ver colinas verdes que parecem não ter fim e vilarejos escondidos nos vales. Na descida, alguém tentou me ensinar a dizer “Muralha da China” em mandarim — Li riu quando eu errei feio.

Depois, caminhamos pelo hutong Dongjiaominxiang, que parecia outro mundo depois de tantos palácios imperiais. Prédios antigos de embaixadas com tinta descascando, moradores jogando cartas na porta, uma criança correndo atrás de pombos perto de uma placa francesa desbotada. Os cheiros também mudaram — massa frita de uma lojinha misturada com algo doce que nunca consegui identificar. Tem uma sensação única ao andar por essas vielas: o tempo se empilha, o antigo e o moderno se misturam.

Até hoje lembro do passeio pelo Lago Kunming no Palácio de Verão — o barco dragão só funciona nos meses mais quentes, mas tivemos sorte com céu limpo e o sol refletindo nas flores de lótus. Nosso grupo ficou em silêncio por um tempo; talvez todo mundo estivesse cansado ou talvez fosse um daqueles momentos em que você percebe que está longe de casa por motivos que nem sempre dá para explicar.