La Fortuna: Caminhada Noturna na Floresta e Observação de Animais

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Como é a experiência?

Achava que sabia como era o som da floresta tropical — até pisarmos na trilha perto de La Fortuna depois do pôr do sol. O ar parecia mais denso, e um coro baixo de coaxos e cantos mudava conforme caminhávamos. Nosso guia, Daniel, distribuiu lanternas (a minha piscou no começo, o que nos fez rir) e pediu para falarmos baixo para não assustar os sapos-de-olhos-vermelhos. Confesso que fiquei um pouco nervoso, mas era uma sensação boa, aquela expectativa de não saber o que ia aparecer entre as folhas.

Andamos devagar — Daniel mostrou vermes de veludo rastejando na casca úmida, e parou o grupo quando viu um sapo-de-vidro agarrado numa folha. Ele iluminou do jeito certo para a gente ver o coraçãozinho batendo pela pele transparente. Alguém do grupo sussurrou um “uau”. O cheiro da floresta era forte, meio doce e molhado, e dava para ouvir a chuva longe, mesmo sem cair onde estávamos. Meus tênis ficaram enlameados, mas mal percebi, porque estava focado em tentar ver o bicho-preguiça que o Daniel disse que podia estar lá em cima (não achamos, mas fica para a próxima).

O melhor momento pra mim foi quando ficamos parados por um minuto — ninguém falou nada, só ouvindo a floresta à noite. É uma paz estranha, mas cheia de vida que a gente não vê de dia. Na volta, a luz da cidade parecia até forte demais. Até hoje lembro daquele silêncio — sabe como é?