Sharm El-Sheikh: Passeio de Quad, Camelo e Jantar com Observação das Estrelas

4.92

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Como é a experiência?

A primeira coisa que me chamou atenção foi o cheiro — não de comida ou incenso, mas daquele ar seco e quente do sol enquanto ajeitávamos os lenços na base do safári, fora de Sharm El-Sheikh. Nosso guia, Youssef, tinha um jeito de dobrar o lenço que fazia ele ficar firme (até hoje não consigo fazer igual). Os quads pareciam meio assustadores no começo — nunca tinha pilotado nada na areia — mas depois de uma rápida explicação e um empurrãozinho do Youssef (“só não solta!”), lá fomos nós. O barulho do motor ecoava dentro do capacete e a poeira voava para todo lado, mas, sinceramente? Isso fazia parte da diversão. Paramos num lugar chamado Echo Stop, onde você grita e ouve sua voz voltar — é bobo, mas todo mundo entrou na brincadeira.

Depois chegamos a um acampamento beduíno escondido entre umas montanhas baixas. Estava mais silencioso do que eu esperava; só dava para ouvir o tilintar dos copos de chá e alguém sovando a massa do pão sobre pedras quentes. Tentei fazer um pão também — não ficou bonito, mas quando comi estava quentinho e com aquele gostinho defumado. Perto dali, camelos descansavam com seus olhos grandes e sonolentos. O passeio de camelo não é sobre velocidade, mas sobre aquele balanço tranquilo enquanto o céu vai ficando dourado atrás das colinas. Alguém do grupo não parava de rir porque o camelo dele parava para cheirar tudo que via pelo caminho.

O jantar foi depois do pôr do sol: frango grelhado, kofta, arroz, saladas — nada sofisticado, mas tudo tinha um sabor especial depois de tanta poeira e vento. Teve até show de fogo (um cara quase queimou a manga da camisa), além de dançarinos girando tão rápido que as saias pareciam borrões. Era ao mesmo tempo turístico e autêntico; difícil de explicar se você não estiver lá, sob aquelas luzes de corda, com areia grudada nos sapatos.

Por fim, a observação das estrelas — deitados em tapetes meio ásperos enquanto um astrônomo apontava constelações que eu nunca tinha reparado. O céu aqui é imenso; você se sente pequeno de um jeito bom. Não esperava me interessar por astronomia, mas até hoje penso no silêncio que tomou conta quando todo mundo olhou para cima junto. Depois, voltamos para o van rumo a Sharm El-Sheikh, cansados daquele jeito bom que garante uma noite de sono profunda.