Deserto de Dubai: Passeio de Camelo ao Pôr do Sol, Churrasco e Acampamento Al Khayma

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Como é a experiência?

Ainda estávamos tirando a poeira da cidade dos nossos sapatos quando o motorista deixou para trás os arranha-céus de vidro de Dubai e entrou naquele imenso tapete de areia — sabe aquele que parece não ter fim até você estar no meio dele? Uns quarenta minutos depois, descemos para um silêncio estranho. Os camelos nos esperavam, com olhos grandes e um jeito engraçado de perto (um deles mascava como se tivesse todo o tempo do mundo). O sol já começava a descer devagar, então subimos e simplesmente… balançamos no ritmo deles. No começo não é nada fácil — quase perdi a sandália — mas depois você entra na vibe, balançando enquanto a luz fica dourada e o calor dá uma trégua para você sentir tudo ao redor.

Nosso guia, Ahmed, apontava formas na areia que eu jamais teria notado — pegadas de raposa, talvez? Ele riu quando perguntei se eles não se cansam de estar ali (“Nunca! Tem muita história para contar,” disse). O passeio terminou no Acampamento Al Khayma, onde me ofereceram um café gahwa doce antes mesmo de eu sentar. O cheiro no ar era uma mistura — fumaça da fogueira e algo floral vindo das shishas. As pessoas circulavam vestindo kanduras ou abayas emprestadas (eu experimentei uma; me senti até meio nobre), enquanto uma mulher fazia uma pintura de henna na minha mão e a filha dela assistia desenhos no celular. Tudo parecia ao mesmo tempo preparado para a gente e genuinamente real.

O jantar foi uma festa: cordeiro grelhado, pães quentinhos que quase queimavam os dedos, tâmaras caramelizadas. Entre uma garfada e outra, dançarinos rodopiavam tão rápido que as roupas viravam borrão, e um falcoeiro me deixou segurar seu falcão para uma foto (parecia que eu estava apavorado; todo mundo riu). Depois montaram um telescópio para observar as estrelas — mas, pra ser sincero, eu só me joguei numa das almofadas baixas e fiquei ouvindo as conversas em árabe sob o céu escuro. A volta para Dubai foi silenciosa, só com alguém roncando baixinho atrás. Ainda lembro daquele silêncio do deserto de vez em quando.