Ljubljana: Passeio de Barco e Caminhada com Bolo e Vista Panorâmica

4.71

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Como é a experiência?

Já imaginou como Ljubljana é vista do rio? Eu nunca tinha parado para pensar nisso até nossa guia, Ana, nos chamar para embarcar num barco aberto ali perto do mercado. O ar estava fresco — nada de frio, só o suficiente para sentir o cheiro da pedra molhada e do café vindo dos cafés à beira do rio. Éramos uns dez, quase todos quietos no começo, exceto por um casal mais velho que não parava de apontar para os patos. Ana contou histórias sobre as pontes — principalmente a Ponte do Dragão (que, acredite, tem dragões de verdade no topo), e percebi que nunca tinha visto uma cidade assim de tantos ângulos diferentes. O barco deslizou sob arcos baixos; dava até para tocar as paredes cobertas de musgo se você se inclinasse. Não esperava me sentir tão conectado só flutuando ali.

Quando desembarcamos, Ana nos guiou por ruas sinuosas — passando pela Igreja Franciscana cor de rosa e entrando na parte barroca da cidade antiga, onde tudo parecia perto, mas ao mesmo tempo aberto. Um senhor vendia mel no Mercado Central e me ofereceu uma colherzinha sem dizer uma palavra. O sabor era forte e floral; estranho, mas perfeito depois de tanto ar do rio. Paramos na Prefeitura (o Magistrat), onde Ana explicou que os moradores ainda se casam lá — ela riu ao lembrar dos confetes que ficam presos no paralelepípedo por semanas. Em algum momento perdi a noção do século em que estávamos, porque cada prédio parecia contar sua própria história.

A parte final foi minha favorita: subir até o que chamam de “arranha-céu” — que, na real, é mais um prédio antigo alto do que qualquer coisa que você veria em Nova York, mas ainda assim. O elevador fez um barulhinho e, quando saímos no topo, Ljubljana se abriu inteira aos nossos pés: telhados vermelhos, colinas verdes se perdendo na névoa. Alguém passou fatias de potica (aquele bolo esloveno, doce e com nozes), e comemos encostados no parapeito, tentando reconhecer os pontos que Ana tinha mostrado lá embaixo. Até hoje penso naquela vista quando fico preso no trânsito em casa.