Laguardia: Tour na Vinícola Solar de Samaniego com Degustação e Almoço Tradicional

4.67

(198 avaliações)

Como é a experiência?

A primeira coisa que percebi foi o eco — vozes baixas refletindo nas pedras e na madeira, entre barris antigos e murais enormes que pareciam ganhar vida. Acabávamos de entrar no Solar de Samaniego, em Laguardia, e nossa guia (acho que se chamava Marta?) sorriu ao me ver admirando as paredes. Ela nos contou sobre o trabalho de Guido van Helten — rostos e histórias pintados direto nos armazéns antigos. O cheiro era de terra molhada com um toque doce que eu não conseguia identificar. Talvez uvas fermentando? Ou só minha cabeça brincando, já pensando na degustação que viria.

Andamos por salas que pareciam mais bibliotecas do que adegas — livros entre garrafas, a luz do sol refletindo no vidro. Tem até uma sala de leitura onde você pode sentar com uma taça de tinto e folhear livros de poesia surrados, se quiser. Marta riu quando tentei falar “Félix María de Samaniego” (definitivamente errei a pronúncia). O lugar todo tem esse clima literário, algo que eu não esperava, mas adorei. Aqui não é só vinho; são histórias sobre histórias.

Ainda fico pensando naquelas costeletas de cordeiro grelhadas sobre sarmentos — só o cheiro já fez meu estômago roncar antes mesmo do almoço. Também vieram batatas à riojana, bem temperadas e fortes, e entradas que mudam conforme a estação (as nossas tinham pimentões assados, uma delícia). Durante o tour, provamos três taças de vinhos tintos da casa — cada uma com um sabor diferente, dependendo de onde estávamos ou da luz que entrava pela janela. A sala de jantar tem vista para fileiras de vinhedos que se estendem até as colinas de Laguardia. Eu ficava olhando para fora entre as garfadas, sem querer perder nada, nem dentro nem fora.

No final, com a sobremesa (arroz doce — simples e perfeito), todo mundo na mesa já estava mais descontraído. Ria um casal ao lado tentando adivinhar as especiarias das batatas. O café veio por último, forte, para me tirar daquele estado quase sonolento. Saí com os dedos manchados de tanto rodar a taça e uma vontade estranha de ler mais poesia espanhola quando chegasse em casa.