Madrid: Tour de compras em Malasaña e Barrio de las Letras

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Como é a experiência?

Já estávamos bem no meio de Malasaña quando percebi que meus sapatos eram provavelmente a coisa menos interessante da rua. Nossa guia, Marta, conversava com a dona de uma lojinha — parecia que ela conhecia todo mundo, ou pelo menos dava essa impressão. O ar tinha cheiro de café e couro, e um zumbido baixo de scooters vinha lá de fora. Ela me entregou uma jaqueta: “Experimenta essa — feita aqui, não muito longe da Gran Vía.” Era mais pesada do que eu esperava, mas macia. Nunca tinha parado pra pensar muito em tecido antes. Marta sorriu quando perguntei se ela aguentaria a lavagem na minha máquina em casa.

Passamos por araras com roupas que não pareciam nada do que eu via nas grandes lojas — algumas peças tinham estampas bem ousadas, outras eram discretamente perfeitas. Em um momento, paramos numa loja só de sapatos (contei pelo menos cinquenta pares na vitrine), e Marta explicou como os sapatos espanhóis são meio que lendários por aqui. Ela me deu uma dica rápida para diferenciar couro verdadeiro do falso — ainda erro às vezes, mas agora finjo que sei o que estou fazendo.

O Barrio de las Letras parecia diferente — mais calmo, talvez? Ou só mais antigo. Havia citações de escritores gravadas no chão e varandinhas cheias de plantas. Entramos numa boutique onde a própria estilista arrumava lenços; ela nos mostrou como amarrar “à madrilenha” (Li riu quando tentei falar em espanhol — provavelmente deturpei tudo). Acabamos na Casa Alberto, que parecia não ter mudado desde os tempos de Cervantes. O vermute estava gelado e levemente amargo; a tapa tinha gosto de comida feita pela avó num domingo.