Málaga: Caça ao Tesouro Privada e Passeio pelos Ícones da Cidade

4.88

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Como é a experiência?

Confesso que não sabia o que esperar de uma “caça ao tesouro turística privada” em Málaga. Será que era coisa só para crianças? Mas assim que nosso “mestre do tesouro” nos entregou uma bússola velha e o kit da aventura — nada de app no celular — fiquei animado de um jeito diferente. A cidade parecia outra quando você está atrás de pistas, e não só seguindo um mapa. Nosso primeiro ponto foi o Mercado de Atarazanas, e o cheiro de azeitonas e pão fresco já me atingiu antes mesmo de atravessar a rua. A guia, Marta, sorriu do meu jeito de falar “boquerones” (eu tentei), e logo nos indicou o primeiro enigma.

Passeamos pelo Parque de Málaga, onde papagaios brigavam no alto e o ar estava perfumado de flor de laranjeira. As tarefas nos fizeram realmente prestar atenção — tipo olhar de verdade — em detalhes que eu jamais teria notado: as inscrições na muralha da Alcazaba, aquela plaquinha minúscula do lado do Teatro Cervantes. Na Plaza de la Merced, um grupo de velhinhos discutia futebol embaixo da estátua do Picasso (que parecia nada impressionado). Uma pista nos levou até a catedral — que os locais chamam de “La Manquita”, ou “a dama manca”, porque falta uma torre. Eu não sabia disso antes. Teve um momento na frente do Teatro Romano em que sentamos nos degraus, recuperando o fôlego e rindo de como tínhamos nos perdido duas esquinas atrás. Foi bom desligar um pouco do mundo.

A última pista nos levou por uma ruazinha que eu jamais teria achado sozinho. Quando finalmente abrimos o baú do tesouro (sem spoilers), Marta nos entregou uma lembrança artesanal meio esquisita, mas cheia de significado — muito mais do que qualquer ímã de geladeira. Terminamos com churros mergulhados em chocolate grosso numa cafeteria onde, dizem, a família de Picasso costumava ir; não posso garantir, mas depois de tanto andar, estava uma delícia. Se você quer ver Málaga de um jeito diferente — ou só quer uma desculpa para brincar de detetive por algumas horas — essa caça ao tesouro privada vale muito a pena. Ainda fico pensando naquela vista por trás dos muros da Alcazaba.