Kauai: Passeio de Caiaque no Rio Wailua e Trilha até as Cachoeiras Secretas

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Como é a experiência?

Meus braços já estavam cansados quando viramos a primeira curva no Rio Wailua — acho que subestimei o esforço de remar em dupla quando não estamos sincronizados. Nosso guia, Keoki, só sorriu e disse para “deixar o rio ditar o ritmo”. Tentei, mas meu remo fazia mais barulho do que devia. A água tinha um cheiro meio terroso, e dava para ouvir um zumbido baixo vindo das árvores. Passamos por outro grupo que cantava algo em havaiano — parecia uma canção de ninar. Fiquei com vontade de saber a letra.

Depois de mais ou menos uma hora (perdi a noção do tempo), chegamos a uma margem de lama e guardamos os caiaques. Keoki distribuiu umas bolsas impermeáveis que couberam meu sanduíche gigante e o celular. A trilha começou fácil, mas logo ficou bem enlameada — lama vermelha por todo lado e raízes que pareciam querer agarrar seus sapatos se você não prestasse atenção. Alguém escorregou (ok, fui eu), e Keoki riu dizendo que “esse é o aperto de mão de Kauai”. Um cheiro doce e estranho vinha de umas flores brancas penduradas na trilha; até hoje não sei o nome delas.

O som das Cachoeiras Secretas chegou antes da gente ver — não era alto, mas constante, quase como o chiado de um rádio antigo. Quando finalmente entramos na clareira, a luz do sol refletia em tudo que era verde e molhado. Algumas pessoas foram direto para a piscina embaixo da queda d’água; eu fiquei um tempo sentado numa pedra, só observando o vapor dançar nos raios de sol. Meu sanduíche nunca pareceu tão gostoso depois de tanta caminhada (será que lama dá fome?). Ficamos ali cerca de meia hora — tempo suficiente para aproveitar sem cansar.

Saí de lá com lama até as canelas e uma sandália meio destruída pelas pedras, mas, sinceramente? A imagem das Cachoeiras Secretas ficou na minha cabeça mais do que qualquer foto poderia mostrar. Se for, leve água extra e não use nada que você se importe de sujar. E tente remar em sintonia — ou só dê risada quando não conseguir.