Kenai Fjords: Cruzeiro em Resurrection Bay para ver vida selvagem e geleiras

4.75

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Como é a experiência?

A primeira coisa que me veio à mente foi o cheiro do píer — um mix de salgado com um toque metálico, junto com o aroma de café vindo da garrafa térmica de alguém. No check-in, perto do Harbor 360 Hotel, um local chamado Sam nos ajudou a entender como embarcar (confesso que estava um pouco nervoso para não perder o barco). Ele brincou dizendo que o tempo no Alasca “faz o que quer”, e era verdade — um minuto estava nublado, no outro um raio de sol iluminava a água deixando tudo mais nítido. Nosso capitão nos recebeu com uma confiança tranquila; dava para ver que ele já tinha feito esse trajeto por Resurrection Bay incontáveis vezes.

Eu ficava achando que ia ser o primeiro a avistar algo, mas nosso guia sempre estava um passo à frente — apontando para uma águia-careca empoleirada em um galho antes mesmo de eu conseguir focar meus binóculos. Quando passamos pelo Bear Glacier, o ar ficou mais gelado e dava para ouvir o som do gelo se movendo ao longe. Alguém perto de mim soltou um suspiro ao ver uma lontra marinha flutuando de costas, como se fosse dona do lugar. O capitão sempre diminuía a velocidade quando algo interessante aparecia — um grupo de botos-de-dall passou tão rápido que quase perdi (eles são incrivelmente ágeis). Teve um momento em que todo mundo ficou em silêncio, observando uma baleia emergir ali perto — é difícil explicar o que se sente, só estando lá para entender.

Não esperava rir tanto — a equipe contava histórias sobre os animais locais e até brincava entre si para ver quem avistava os papagaios-do-mar primeiro. O café servido parecia ainda mais gostoso naquele vento gelado, e gostei de poder usar os binóculos deles, já que os meus não ajudam muito. Apesar de serem só quatro horas, parece que o tempo passa devagar — no melhor sentido — porque você está sempre atento, procurando algum movimento ou ouvindo um splash. Às vezes ainda lembro daquele silêncio repentino quando todo mundo se inclinou para olhar de novo, torcendo para ver a cauda de uma baleia antes de voltarmos para Seward. É engraçado como certas coisas ficam na memória.