New Orleans: Tour a Pé pela História da Música com Histórias Locais

4.76

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Como é a experiência?

Keith já estava me esperando do lado de fora da Louisiana Music Factory quando cheguei — ele tem uma vibe tranquila, como se já tivesse tocado em todas as bandas de New Orleans. A rua já vibrava antes do meio-dia, com saxofones escapando de algum lugar perto. Não perdemos tempo. Keith ligou sua caixinha de som e logo estávamos andando pelo Marigny, French Quarter e Treme, com Fats Domino no ouvido e o cheiro de café de chicória vindo de uma cafeteria na esquina. Eu nunca tinha percebido o quanto a música simplesmente transborda das calçadas daqui.

Quando cruzamos a Esplanade, Keith apontou para uma casa antiga — “Foi aqui que Danny Barker cresceu”, contou, e em seguida falou sobre Blue Lu cantando aquelas músicas atrevidas (tentei imaginar a voz dela ecoando por aquelas paredes velhas). Do lado de fora do Preservation Hall, ele lembrou da história de Sandra e Allan Jaffe; Keith sorriu ao lembrar como eles acabaram se instalando aqui na lua de mel. Tirei uma foto na loja de souvenirs, mas não conseguia parar de pensar em quantas vidas se entrelaçaram por aquelas portas.

A Bourbon Street parecia pegajosa sob os pés, toda de latão e neon mesmo de dia. Keith tocou Basin Street Blues e, por um instante, parecia que o clarinete estava ali do nosso lado. No Louis Armstrong Park, paramos na estátua dele — alguém tinha deixado flores frescas na base. O clima mudou no Treme; é mais calmo, mas carregado de tudo que já aconteceu ali. O Congo Square estava logo à frente, com o sol filtrando pelas velhas árvores enquanto Keith falava dos ritmos que deram origem a tudo. Não esperava sentir tanta coisa ali parado — sabe como é?