New Orleans Treme: Tour a Pé pela História do Jazz e Storyville

4.90

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Como é a experiência?

Confesso que achava que sabia como New Orleans soava — bandas de metais, aquele clima acolhedor do French Quarter. Mas entrar em Treme com nossa guia Angela (que cresceu a poucos quarteirões dali) foi outra experiência. Começamos bem na beira de Storyville e, sinceramente, não esperava sentir tanto só de estar ali. O ar trazia um cheiro doce, talvez alguém fritando beignets por perto? Angela mostrou um mural desbotado onde lendas do jazz costumavam se reunir depois dos shows. Ela falou de Alphonse Picou e Trombone Shorty como se fossem velhos amigos. Tentei imaginar aquelas noites, com música escapando por cada porta.

Nos aprofundamos pelo bairro, passando pela Igreja de St Augustine e por um museu pequenino quase escondido atrás de uma trepadeira. Paramos no Túmulo do Escravo Desconhecido — Angela ficou em silêncio por um instante — e dava para sentir todo mundo prestando atenção. É curioso como a história está aos seus pés em Treme. Crianças passavam de bicicleta gritando umas com as outras, e alguém na varanda acenou quando passamos (ainda não sei se era para nós ou para a Angela). O passeio a pé por Treme, saindo do centro de New Orleans, é quase todo plano, dura cerca de uma hora e meia. Use um sapato confortável — meus pés agradeceram depois.

Congo Square estava mais viva do que eu esperava — não pelo barulho da multidão, mas pela batida distante dos tambores. Angela explicou como, séculos atrás, pessoas escravizadas e livres se reuniam ali para música e feiras; ela até fez um passinho para mostrar como os ritmos foram passando de geração em geração. Acho que pronunciei “Treme” errado (ela riu), mas ela garantiu que ninguém julgaria meu sotaque se eu ouvisse com o coração aberto. Então, se você quer realmente sentir onde o jazz nasceu — e não só ler sobre isso — esse tour a pé é para você.